Irão recebe primeiro navio espião para vigiar "profundezas dos mares"

As autoridades iranianas apresentaram hoje um moderno navio de reconhecimento, noticiaram os meios de comunicação oficiais, numa altura em que as forças armadas realizam manobras para garantir a segurança das instalações nucleares da República Islâmica.

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Lusa
15/01/2025 12:23 ‧ há 3 horas por Lusa

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Irão

"O primeiro navio de inteligência do país, chamado 'Zagros', está a ser integrado nas operações de combate da marinha", anunciou a televisão iraniana, citada pela agência francesa AFP.

 

O navio está equipado com "sensores eletrónicos, um moderno mastro integrado que permite calcular com precisão os efeitos das ondas eletromagnéticas, capacidades de interceção de elementos ativos e passivos, operações cibernéticas e vigilância inteligente", segundo a fonte.

O 'Zagros" foi inteiramente produzido no Irão, acrescentou a TV iraniana.

O Irão está a realizar exercícios militares denominados "Eqtedar" ("Poder", em persa) desde a semana passada, que deverão prolongar-se até meados de março.

Participam nos exercícios as forças armadas e os Guardas da Revolução, o exército ideológico da República Islâmica.

"O navio 'Zagros' será o olho vigilante da marinha iraniana nas profundezas dos mares e oceanos", disse o comandante da marinha, almirante Shahram Irani, citado pelos meios de comunicação social.

As manobras visam proteger as instalações nucleares iranianas, em especial Natanz e Fordo, no centro do país, e Khondab, a oeste.

Os exercícios ocorrem num momento de tensão no Médio Oriente e a poucos dias da posse de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos, marcada para segunda-feira, 20 de janeiro.

As tensões sobre o programa nuclear iraniano aumentaram no primeiro mandato de Trump (2017-2021), quando Washington se retirou de um acordo histórico de 2015 que oferecia a Teerão alívio das sanções internacionais em troca de restrições às suas ambições nucleares.

O Irão aderiu ao acordo até à retirada unilateral dos Estados Unidos em 2018, altura em que começou a renegar os compromissos que tinha assumido.

De acordo com o sítio de notícias norte-americano Axios, o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, apresentou recentemente ao Presidente Joe Biden opções para um possível ataque às instalações nucleares iranianas.

O ataque seria considerado se Teerão avançasse para o desenvolvimento de uma arma nuclear antes do final do mandato de Biden, segundo a mesma fonte.

Os iranianos defendem terem direito à energia nuclear para fins civis e negam que pretendam adquirir armas nucleares, algo de que o Ocidente tem fortes suspeitas.

Segundo a Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), o Irão é o único Estado não detentor de armas nucleares a enriquecer urânio até 60%, próximo dos 90% necessários para fabricar uma arma atómica.

Leia Também: Chefe da NATO acusa Rússia de tentar enfraquecer democracias ocidentais

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