"Até hoje instruímos 6.000 militares ucranianos", disse Wladyslaw Kosiniak-Kamysz durante um encontro com jornalistas em Varsóvia, capital da Polónia, no âmbito do início da presidência polaca do Conselho da União Europeia (UE).
O governante, que é também vice-primeiro-ministro, disse que a Polónia "está disponível para instruir mais, se assim entenderem" os parceiros ucranianos.
O ministro da Defesa considerou que investir pelo menos 2% do Produto Interno Bruto (PIB) de cada país em defesa "já não é suficiente para assegurar a capacidade de dissuasão".
"Durante a Guerra Fria era mais de 3%, Donald Trump falou em mais 5% e o secretário-geral da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte] também foi claro sobre isso", sustentou Wladyslaw Kosiniak-Kamysz.
"Precisamos de gastar mais", defendeu.
A Polónia definiu a segurança como prioridade para a presidência rotativa do Conselho da UE, durante os primeiros seis meses de 2025.
No dia 03 de fevereiro, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, vai organizar um encontro informal com os líderes dos 27 Estados-membros para discutir a cooperação em matéria de defesa, a aproximação entre a NATO e a UE e de que maneira é que pode haver um investimento conjunto dos 27, sem que esteja em causa a soberania das decisões de cada país sobre as suas forças armadas.
Nas últimas semanas voltou a ganhar força a ideia de países da NATO patrulharem as fronteiras da Ucrânia quando acabar o conflito com a Rússia.
Pretende-se impedir a Rússia de voltar a invadir o território do país, sem integrá-lo na NATO, uma vez que Moscovo ameaçou várias vezes com uma escalada sem precedentes se a Ucrânia aderir ao bloco político-militar.
A ideia surgiu em março de 2024, depois de uma reunião em Paris, entre vários líderes. O Presidente de França, Emmanuel Macron, foi o primeiro a falar sobre o assunto, mas a ideia foi liminarmente rejeitada pelos países da UE e da NATO.
+++ A Lusa viajou a convite da presidência polaca do Conselho da União Europeia +++
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