A agência federal Food and Drug Administration (FDA) anunciou, esta quarta-feira, que vai proibir a utilização de eritrosina, um corante de cor rosa-cereja que é usado em alimentos e bebidas e tem sido associado a casos de cancro em animais.
Este corante é utilizado em milhares de alimentos no país como, por exemplo, doces, cereais e bebidas, garante o Center for Science in the Public Interest (CSPI), um grupo que se dedica à defesa da segurança alimentar nos Estados Unidos e já tinha apresentado, em 2022, uma petição à FDA para proibir a utilização do corante vermelho.
A decisão da FDA está a ser considerada uma vitória dos grupos de defesa do consumidor e vários legisladores norte-americanos que pedem, há anos, que a agência proíba a eritrosina por já ter sido comprovado que o uso em alimentos pode causar cancro e afetar o comportamento das crianças.
"Finalmente a FDA está a pôr fim ao paradoxo de o corante vermelho ser ilegal para usar em batons, mas perfeitamente legal para alimentar crianças sob a forma de doces", afirmou à NBC News o presidente do CSPI, Peter Lurie.
A agência de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos proibiu a utilização do corante em cosméticos na década de 1990, ao abrigo da cláusula Delaney, uma lei federal que exige que a FDA proíba todos os aditivos alimentares que se comprove que causem cancro em seres humanos ou animais.
Agora, os fabricantes de alimentos terão até 15 de janeiro de 2027 para reformular os produtos e retirar o corante da composição. Já as empresas que produzam medicamentos ingeridos como suplementos alimentares terão mais um ano para o fazer, até 2028.
"A FDA não pode autorizar um aditivo alimentar ou um corante se se verificar que causa cancro em seres humanos ou animais. As provas mostram a existência de casos de cancro em ratos machos de laboratório expostos a níveis elevados do corante vermelho", explicou o diretor-adjunto da FDA, Jim Jones, à mesma rede de televisão norte-americana.
O que é a eritrosina?
Este corante vermelho foi aprovado para ser usado em alimentos em 1907 e é feito a partir de petróleo.
A FDA deparou-se com as suspeitas de que o aditivo podia ser cancerígeno, pela primeira vez, em 1980, depois de um estudo que detetou tumores em ratos machos expostos a doses elevadas.
"Esta medida elimina um risco desnecessário da alimentação norte-americana e congratulamo-nos com essa ação, embora devesse ter ocorrido há mais de três décadas", defendeu o presidente da CSPI.
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