Ben Gvir publicou um vídeo nas redes sociais no qual afirma que o acordo o aterroriza cada vez mais à medida que são revelados mais detalhes sobre o mesmo, incluindo a libertação de "dezenas de milhares de terroristas" em Jerusalém e na Judeia e Samaria - termo bíblico usado para designar a Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967 - que "toda a gente sabe" que "tentarão matar novamente".
O ministro ultranacionalista apelou ao Likud, partido do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e ao Sionismo Religioso, liderado pelo ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, também ultranacionalista.
"Não é demasiado tarde. Podemos parar com isto", reiterou Ben Gvir.
O gabinete de segurança de Israel deu hoje "luz verde" ao acordo com o movimento islamita palestiniano Hamas para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, acompanhado de uma troca de reféns presos no enclave, controlado pelo grupo palestiniano desde 2007, por prisioneiros palestinianos detidos em Israel.
O acordo ainda terá de ser aprovado pelo gabinete de segurança e pelo Governo israelita, mas segundo o gabinete de Netanyahu, a libertação dos reféns pode acontecer como planeado.
אם עד אתמול נחרדתי מהעסקה הזאת אז היום כשמתגלים עוד ועוד פרטים, שמגלים שמשחררים מחבלים אסירי עולם לירושלים משחררים מחבלים אסירי עולם ליהודה ושומרון, כאשר כולם יודעים שהמחבלים האלה ישובו לנסות לפגע, ישובו לנסות להרוג אני חרד פי כמה וכמה. אני קורא לחבריי בליכוד ובציונות הדתית עדיין… pic.twitter.com/oGzYYlX2uO
— איתמר בן גביר (@itamarbengvir) January 17, 2025
Os Estados Unidos e o Qatar anunciaram na quarta-feira que, na qualidade de principais mediadores entre Israel e o Hamas, as partes tinham chegado a um acordo sobre um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
Tal como acordado, o cessar-fogo entra em vigor às 12:15 de domingo e, de acordo com informações da agência noticiosa israelita Walla, a troca dos primeiros reféns terá início por volta das 16:00 locais (14:00 em Lisboa), embora ainda não tenha sido anunciada uma hora oficial.
A menos de 48 horas do início da troca de reféns, os ataques israelitas continuam em Gaza e, desde o anúncio da trégua pelo Qatar na quarta-feira, pelo menos 113 palestinianos foram mortos em Gaza, 87 dos quais no bombardeamento do norte da cidade de Gaza, e mais de 260 ficaram feridos, segundo os últimos dados da Defesa Civil de Gaza.
Alcançado após meses de negociações indiretas, o acordo será dividido em três fases.
A primeira durará 42 dias e certificará o fim das hostilidades, a retirada das tropas israelitas da fronteira e a troca de 33 reféns por prisioneiros palestinianos.
A segunda fase envolverá a distribuição de ajuda humanitária "segura e eficaz" a grande parte da Faixa de Gaza e a realização de reparações em instalações de saúde, além do envio para o enclave de mantimentos e combustível.
Os pormenores sobre a segunda e terceira etapas do acordo serão divulgados assim que a primeira fase for certificada.
Israel lançou a sua ofensiva contra Gaza após os ataques sem precedentes levados a cabo pelo Hamas a 07 de outubro de 2023 no sul do território israelita, que fizeram quase 1.200 mortos e cerca de 250 reféns.
Desde então, mais de 46.700 palestinianos foram mortos na Faixa de Gaza, de acordo com as autoridades do enclave, controladas pelo Hamas.
Também foram mortas mais de 850 pessoas pelas forças de segurança israelitas e em ataques de colonos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
Leia Também: Ministro israelita ameaça deixar governo se houver acordo com Hamas