"Nós estamos numa democracia onde as tensões são naturais e acabam por ser testes importantes, que nos permitem refletir, melhorar e contribuir para o seu fortalecimento", referiu Lourenço Lopes aos jornalistas, na cidade da Praia, à margem de visitas a órgãos de comunicação social.
"Temos de naturalizar [considerar naturais] as queixas à Autoridade Reguladora da Comunicação Social. Aliás, se formos ver, em países como Portugal, há dezenas delas todos os dias", considerou.
Em Cabo Verde, existe uma autoridade reguladora "exatamente para julgar e avaliar" todas as queixas feitas por cidadãos, partidos políticos ou organizações da sociedade.
Para o governante, "nenhum jornalista em Cabo Verde pode dizer que tem interferência do Governo relativamente ao seu trabalho".
"Entendo que há um espaço de liberdade, que nos permite exercitar um jornalismo livre em que cada um faz o seu trabalho", afirmou, lembrando que a lei prevê que as organizações ou partidos políticos que se sintam prejudicados por uma peça jornalística possam recorrer às autoridades.
O MpD formalizou uma queixa à Autoridade Reguladora para a Comunicação Social (ARC) contra a Rádio Cabo Verde (RCV), na quinta-feira, por alegada falta de isenção e pluralismo face ao partido e ao Governo na escolha de convidados, condução do programa da manhã e, entre outros pormenores, face ao que o jornalista partilha no perfil pessoal no Facebook.
Contactado pela Lusa, o jornalista Carlos Santos remeteu quaisquer declarações para momento oportuno.
O diretor da RCV, Marco Fonseca, expressou "total apoio e confiança" em Carlos Santos.
Também a Associação Sindical dos Jornalistas de Cabo Verde (AJOC) anunciou estar contra uma tentativa "de intimidação" do MpD, após a queixa contra o jornalista.
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