O antigo presidente sul-coreano, investigado pelo fracasso da declaração da lei marcial que levou à sua destituição, compareceu hoje na audiência sobre o pedido de prorrogação da sua detenção, segundo o tribunal de Seul onde decorre o processo.
Sete dos detidos foram acusados de agressão contra polícias e obstrução de ordens oficiais, e um deles de atacar um polícia com um veículo segundo a agência sul-coreana Yonhap citada pela agência Europa Press.
Outras 22 pessoas foram acusadas de entrar ilegalmente no tribunal onde se encontrava Yoon, dez por atacarem veículos da polícia e uma por atacar um jornalista.
Segundo a mesma agência noticiosa, Yoon falou durante 40 minutos no tribunal, tendo o seu advogado dito anteriormente à agência AFP que o líder deposto esperava "restaurar a sua honra" perante os juízes.
O tribunal deve agora decidir se liberta Yoon, o que os analistas consideram pouco provável, ou se prolonga a sua detenção por cerca de 20 dias. A decisão deverá ser tomada entre hoje e domingo.
No exterior do tribunal, os jornalistas da AFP viram uma multidão de apoiantes de Yoon a agitar bandeiras e a segurar cartazes nos quais se lia "libertem o presidente". Segundo a polícia, citada pela Yonhap, havia cerca de 12.000 apoiantes.
O líder conservador chegou ao tribunal, vindo do centro de detenção onde esteve desde quarta-feira após ser detido, numa carrinha azul do Ministério da Justiça, observaram os jornalistas da AFP.
Vários dos seus apoiantes tentaram cercar o veículo quando este chegou. Desde sexta-feira, numerosos apoiantes têm-se reunido à porta do tribunal para fazer pressão a favor do seu líder.
Na sexta-feira, Yoon enviou uma carta através dos seus advogados agradecendo aos seus apoiantes, que incluem cristãos evangélicos e 'youtubers' de direita, pelas suas manifestações, sublinhando o seu "patriotismo apaixonado".
O partido de Yoon apoia geralmente a aliança de segurança dos EUA com a Coreia do Sul e rejeita qualquer compromisso com a Coreia do Norte, que possui armas nucleares. Se a detenção não for prolongada, o ex-presidente será libertado.
Yoon é acusado de desestabilizar o país ao declarar lei marcial em 3 de dezembro, uma decisão rapidamente contrariada pelos deputados num parlamento rodeado de soldados.
O então Presidente justificou a introdução da lei marcial como uma medida para proteger a Coreia do Sul das "forças comunistas norte-coreanas" e para "eliminar elementos hostis ao Estado".
Yoon foi detido na sequência de uma rusga de seis horas dos investigadores anticorrupção e da polícia à sua residência oficial, facto inédito na Coreia do Sul para um chefe de Estado em funções.
Neste processo paralelo às investigações em curso, o tribunal tem até meados de junho para o destituir definitivamente ou decidir reintegrá-lo.
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