A caravana que deveria transportar Yoon de volta ao centro de detenção a sul de Seul, onde se encontra em prisão preventiva há uma semana, deixou o Tribunal Constitucional a meio da tarde (hora local) e dirigiu-se diretamente para o hospital.
De acordo com o gabinete presidencial e fontes jurídicas citadas pela Yonhap, Yoon foi levado ao hospital para efetuar exames médicos.
A deslocação ao hospital foi autorizada pelo diretor do centro de detenção onde se encontra, acrescentou a agência.
Perante o tribunal, Yoon negou que tivesse ordenado aos militares que retirassem os deputados do parlamento para os impedir de votar a rejeição do decreto de lei marcial, segundo a agência norte-americana AP.
Depois de ter imposto abruptamente a lei marcial em 03 de dezembro, Yoon enviou tropas e agentes da polícia para cercar a Assembleia Nacional.
No entanto, um número suficiente de deputados conseguiu entrar para votar unanimemente a rejeição do decreto, obrigando o gabinete de Yoon a levantar a medida na manhã seguinte.
A Assembleia Nacional aprovou a destituição de Yoon em 14 de dezembro, decisão que terá de ser julgada pelo Tribunal Constitucional.
A presença de Yoon no tribunal foi a sua primeira aparição pública desde que se tornou o primeiro presidente em exercício da Coreia do Sul a ser detido por causa declaração de lei marcial, que mergulhou o país numa crise política.
"É a primeira vez que estou presente, por isso vou falar brevemente", disse Yoon depois de ter pedido a palavra ao Presidente em exercício do tribunal, Moon Hyung-bae.
"Desde a minha maioridade, tenho vivido com uma firme convicção na democracia liberal até aos dias de hoje, e especialmente durante o meu tempo de serviço público", afirmou.
"Como o Tribunal Constitucional é uma instituição que existe para defender a Constituição, peço aos juízes que me considerem favoravelmente", acrescentou, citado pela Yonhap.
O Tribunal Constitucional dispõe de 180 dias desde a data em que recebeu o processo, em 14 de dezembro, para confirmar a destituição ou para a rejeitar e reintegrar Yoon na chefia do Estado.
Se a destituição for confirmada, terão de se realizar eleições presidenciais antecipadas no prazo de 60 dias.
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