Raptados pelas forças de segurança juntamente com as mães, os menores --- pelo menos seis --- foram mantidos durante vários meses em centros de detenção secretos, afirmou a comissão num relatório preliminar.
"Entrevistámos cerca de 10 mulheres durante a nossa investigação. Algumas delas estavam acompanhadas pelos filhos nos centros de detenção secretos", contou um dos membros da comissão, Sazzad Hossain, citado pela agência de notícias francesa AFP.
Sheikh Hasina foi forçada a abandonar o país a 05 de agosto, após várias semanas de violentos tumultos iniciados por estudantes.
O Governo interino que tomou conta do país, liderado pelo Prémio Nobel da Paz Muhammad Yunus, nomeou uma comissão de cinco membros para investigar os raptos atribuídos às forças de segurança durante o governo de Hasina.
A ex-chefe de Governo é alvo de mandados de detenção emitidos pela Justiça, que a acusam de estar envolvida em centenas de assassinatos, desaparecimentos e raptos de opositores.
A comissão mencionou no seu relatório um caso de uma mulher que foi detida com os seus dois filhos de 3 anos e 18 meses, sublinhando que "não foi um caso isolado", e acrescentou o exemplo de um bebé detido com ambos os pais e deliberadamente privado do leite materno "como tortura psicológica" para pressionar o pai.
"Os efeitos [destes tratamentos] nas famílias das vítimas são múltiplos, desde traumas psicológicos graves a dificuldades legais e financeiras", sublinha o relatório.
Em novembro, a comissão estimou que 200 pessoas foram raptadas pelas forças de segurança do antigo regime e ainda estão desaparecidas.
Leia Também: Governante britânica demite-se após polémica relacionada com o Bangladesh