"Estamos esperançados que daremos às partes tempo suficiente para avançar, para que isto não termine num confronto militar aberto que não servirá os interesses do povo sírio", afirmou o enviado da ONU numa declaração de imprensa em Damasco.
As Forças Democráticas Sírias (FDS), que controlam grandes áreas do nordeste do país sob a autoridade de uma administração autónoma autoproclamada, e o novo Governo central de transição estão a negociar o futuro da região após a queda do regime de Bashar al-Assad em dezembro.
Pedersen destacou que tanto a Turquia, o aliado mais próximo das autoridades de transição, como os Estados Unidos, um parceiro dos curdos sírios na sua luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico, têm um papel fundamental no apoio aos esforços para estabelecer o diálogo entre as partes.
"Um confronto militar maior terá um impacto muito negativo na Síria e deve ser evitado, porque penso que estamos à espera do início de uma nova Síria e espero que isso também inclua o nordeste de forma pacífica, através de um processo diplomático", considerou o enviado especial.
O ministro da Defesa sírio, Marhaf Abu Qasra, confirmou hoje num encontro com a imprensa que o principal ponto de discórdia é a integração das FDS nas forças da armadas.
Revelou ainda que foi oferecido o controlo dos campos petrolíferos no nordeste da Síria, onde está concentrada a maioria dos depósitos importantes do país, enquanto as autoridades interinas procuram gerir "instituições, fronteiras e prisões".
As novas autoridades de Damasco são dominadas pela Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS), que em 08 de dezembro, na liderança de uma coligação de grupos armados rebeldes, expulsou o regime de Bashar-al Assad.