"Está a circular na Internet outro vídeo de alegados assassinatos cínicos de prisioneiros de guerra ucranianos desarmados pelo exército russo", avançou Loubinets numa mensagem na rede social Telegram.
Loubinets adiantou que o vídeo retrata os soldados russos a "dispararem pelas costas sobre seis soldados ucranianos capturados. O vídeo para quando o sétimo soldado está deitado no chão, sem que ninguém saiba o que lhe aconteceu".
O comissário ucraniano para os direitos humanos afirmou ter contactado a ONU e o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) sobre o caso, dado que os prisioneiros de guerra estão protegidos pela Convenção de Genebra e a sua execução constitui crime de guerra.
A alegada execução dos seis soldados ucranianos já está a ser investigada pelos procuradores ucranianos, informou hoje o gabinete do procurador-geral.
"De acordo com informações preliminares, durante um ataque contra as posições ucranianas em Donetsk, os soldados russos fizeram seis soldados ucranianos prisioneiros e, posteriormente, mataram-nos", afirmou a procuradoria-geral em comunicado.
A Ucrânia tem documentado violações generalizadas das Convenções de Genebra por parte das forças russas desde o início da guerra, incluindo a execução de mais de 100 prisioneiros de guerra só em 2024, de acordo com Lubinets.
Nos últimos meses, os relatos de tortura, assassínio e maus tratos de prisioneiros ucranianos, em especial em Donetsk, têm aumentado.
Em janeiro, a ONU admitiu estar "profundamente preocupada" com o aumento das alegações relativas a execuções sistemáticas de soldados ucranianos levados pelos russos.
Apesar dos combates intensos, Kyiv e Moscovo continuam a trocar regularmente prisioneiros de guerra, bem como os corpos de soldados e civis mortos.
A guerra na Ucrânia foi desencadeada em fevereiro de 2022 pela invasão russa, comandada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, para "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho, que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
Desconhece-se o número de vítimas civis e militares em quase três anos de combates, mas diversas fontes, incluindo a Organização das Nações Unidas, têm admitido que será elevado.
As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.
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