Grupo armado M23 reclama controlo de Goma, na RDCongo

O grupo armado Movimento 23 de Março (M23) reclamou hoje o controlo da cidade de Goma, capital da província de Kivu do Norte, no nordeste da República Democrática do Congo (RDC).

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© VIVIEN LATOUR/AFP via Getty Images

Lusa
27/01/2025 08:47 ‧ ontem por Lusa

Mundo

RDCongo

Nos últimos dias ocorreram intensos combates entre o M23 e o Exército da RDC que provocaram milhares de deslocados.

 

Em comunicado, a Aliança do Rio Congo (AFC-M23, em francês), uma coligação político-militar da RDC que integra o M23, anunciou um "dia glorioso que marca a libertação da cidade de Goma".

"Apelamos a todos os habitantes de Goma para que mantenham a calma. A libertação da cidade foi efetuada com sucesso e a situação está sob controlo, disse o grupo armado.

O M23 assinalou que "todos os militares das FARDC (Forças Armadas da RDC) devem entregar imediatamente as armas e o seu equipamento militar à Monusco (Missão de Manutenção da Paz da ONU no país) para que sejam guardados em segurança".

Anteriormente foram ouvidos fortes disparos de artilharia no centro de Goma.

Jornalistas da Agência France Presse (AFP) que se encontram no local ouviram várias explosões.

Ao mesmo tempo, o estabelecimento prisional com cerca de três mil reclusos foi incendiado na sequência de uma evasão que causou mortes, disse à AFP uma fonte local, sem adiantar números.

Os presos em fuga foram vistos nas ruas da cidade, observou um jornalista da AFP.

Entretanto, foram disponibilizados autocarros para retirar os funcionários da ONU de Goma.

O Ruanda e o M23 acusam o Exército da RDC de cooperação com o grupo rebelde Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (FDLR), fundado em 2000 por líderes do genocídio de 1994 e outros ruandeses exilados.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou no domingo às Forças de Defesa do Ruanda (Forças Armadas) para que se retirem do leste e deixem de apoiar o M23.

Nas últimas 48 horas, recordou António Guterres, três militares da Monusco, dois da África do Sul e um do Uruguai, foram mortos em combates enquanto onze ficaram feridos.

A atividade armada do M23 recomeçou em novembro de 2021 com ataques contra o Exército congolês no Kivu Norte, sendo que em março de 2022 o grupo iniciou uma ofensiva armada de grande escala.

Desde essa altura, o M23 avançou em várias frentes até chegar a uma posição perto de Goma, onde vivem dois milhões de pessoas.

Desde 1998, o leste da RDC enfrenta um conflito entre milícias armadas apesar da presença da Monusco. 

Leia Também: Conselho de Segurança da ONU condena violação da soberania da RDCongo

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