Às 10h00 locais (09h00 em Lisboa), os últimos grupos de estudantes abandonaram a Autokomanda, um ponto nevrálgico do trânsito na capital sérvia, enquanto os organizadores estudantis pediam que não fosse deixado lixo para trás.
Dezenas de milhares de manifestantes estão em protesto por toda a Sérvia desde 01 de novembro na sequência do desabamento da cobertura de betão da estação de comboios da segunda maior cidade do país, Novi Sad, recentemente renovada, e que provocou a morte de 15 pessoas.
Os manifestantes veem o desastre como ilustração da corrupção e negligência das autoridades num país que multiplicou os estaleiros de construção e os grandes projetos sob a presidência do nacionalista Aleksandar Vucic, no poder desde 2012.
Em resposta, o Governo tentou apelar ao diálogo, mas acusou os estudantes -- que foram organizadores dos protestos -- de terem sido pagos para protestar, alegando tratar-se de interferência estrangeira.
As suas reivindicações passam pela publicação de todos os documentos relativos à renovação da estação de comboios, pela detenção de suspeitos de terem agredido fisicamente alunos e professores desde o início dos protestos, pela retirada das acusações contra os estudantes detidos, e por um aumento de 20% do orçamento do Ensino Superior.
Desde a manhã de segunda-feira, os estudantes, acompanhados por dezenas de milhares de pessoas, trocaram ideias, dançaram, manifestaram-se, organizaram um torneio de basquetebol e reforçaram as reivindicações, sendo que, à noite, o Presidente sérvio cedeu.
Num discurso divulgado para o país, Aleksandar Vucic anunciou que tinha solicitado uma remodelação "em grande escala" do Governo, adiantando esperar que "mais de 50% dos atuais ministros sejam substituídos".
Leia Também: Sérvios saíram à rua, mas governo responde com contramanifestação
