"A nossa posição sempre foi clara sobre a necessidade de o povo palestiniano obter os seus direitos e que a solução de dois Estados é a única forma de resolver a questão palestiniana", disse o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros do Catar, Majed al-Ansari, em resposta a uma pergunta sobre as declarações de Trump.
Trump levantou no sábado a ideia de um plano destinado a "limpar" a Faixa de Gaza, dizendo que seria melhor enviar os palestinianos para o Egito e Jordânia, reiterando a intenção dois dias depois com o desejo de os ver viver "sem violência".
"Discordamos em muitos pontos dos nossos aliados, não apenas dos Estados Unidos, mas trabalhamos em estreita colaboração com eles para garantir o desenvolvimento de uma política comum", sublinhou o porta-voz do ministério do Qatar.
O país do Golfo, que desempenha o papel de mediador entre Israel e o movimento islâmico palestino Hamas, em guerra na Faixa de Gaza há mais de 15 meses, está "totalmente empenhado com a administração Trump e o enviado (Steve) Witkoff" em questões relacionadas com o região e os palestinianos, acrescentou.
"Não vou comentar o tipo de discussões que estamos tendo com eles agora, mas diria que são muito produtivas", indicou al-Ansari.
Segunda-feira, a Liga Árabe classificou como "limpeza étnica" a proposta de Trump, recusada já quer pela Jordânia quer pelo Egito.
"A deslocação forçada e a expulsão de pessoas das suas terras não podem ser descritas senão como limpeza étnica", defendeu o secretariado-geral daquela organização, fundada em 1945 e que junta 22 países, num comunicado citado pela agência noticiosa France-Presse (AFP).
Sábado, Trump, a bordo do avião presidencial, disse aos jornalistas que as nações árabes deveriam receber mais refugiados da Faixa de Gaza, retirando potencialmente uma parte suficiente da população para "simplesmente limpar" o território, referindo que mencionou o plano num telefonema com o rei Abdullah II da Jordânia e que falaria ainda nesse dia com o Presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sissi.
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