A delegação é composta pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros Mikhail Bogdanov e pelo enviado especial do Presidente russo para a Síria, Alexander Lavrentiev, segundo as agências noticiosas russas Ria Novosti e TASS, citadas pela francesa AFP.
Em 08 de dezembro, após uma ofensiva de 11 dias, uma coligação rebelde dominada pelo grupo radical islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS) derrubou o governo de Bashar al-Assad, que se refugiou com a família na Rússia.
A queda de Assad foi um duro golpe para Moscovo, que, juntamente com o Irão, era o principal aliado do antigo presidente sírio e intervinha militarmente na Síria desde 2015.
Em causa, está o destino da base naval de Tartus e do aeródromo militar de Hmeimim, infraestruturas fundamentais para a Rússia manter a influência no Médio Oriente, na bacia do Mediterrâneo e até em África.
O novo líder sírio, Ahmad al-Shareh, adotou um tom conciliador no final de dezembro, saudando os "profundos interesses estratégicos" entre a Síria e a Rússia e manifestando o desejo de restabelecer as relações com Moscovo.
"A Rússia é um país importante. Há interesses estratégicos profundos entre a Rússia e a Síria", afirmou numa entrevista ao canal Al-Arabiya, referindo que "todas as armas sírias são de origem russa e muitas centrais elétricas são geridas por peritos russos".
"Não queremos que a Rússia abandone a Síria da forma que algumas pessoas gostariam", acrescentou.
Em meados de dezembro, o Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a queda de Assad não era "uma derrota", porque Moscovo tinha conseguido impedir que o país se tornasse "um enclave terrorista".
A Rússia tem sido fortemente criticada pela intervenção militar na Síria desde 2015 para salvar Bashar al-Assad.
Moscovo participou na repressão dos rebeldes, nomeadamente através de ataques aéreos devastadores, segundo a AFP.
A base em Tartus foi criada em 1971, no âmbito de um acordo bilateral entre a Síria e a então União Soviética, segundo a TASS.
O grupo aéreo das Forças Aeroespaciais Russas na Síria foi criado em 30 de setembro de 2015 para conduzir uma operação militar de apoio ao exército sírio na luta contra a organização extremista Estado Islâmico.
As duas bases são consideradas estratégicas para as operações militares russas no Médio Oriente e nos países do Sahel, uma faixa entre o Atlântico, a oeste, e o Mar Vermelho, a leste, e entre o deserto do Sara, a norte, e o Sudão, a sul.
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