UE condena ações do M23 na RDCongo e ataques a embaixadas em Kinshasa

A União Europeia (UE) sublinhou hoje que o avanço contínuo do Movimento 23 de Março (M23) é uma violação inaceitável do cessar-fogo na república Democrática do Congo (RDCongo), condenando ainda os recentes ataques a embaixadas em Kinshasa.

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Lusa
28/01/2025 16:00 ‧ há 2 dias por Lusa

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"A contínua progressão do M23 é uma violação inaceitável do cessar-fogo acordado e aprofunda ainda mais a desastrosa crise humanitária no leste da RDCongo", referiu um porta-voz da Comissão Europeia, na conferência de imprensa diária da instituição.

 

A UE condenou ainda os ataques de hoje às embaixadas do Ruanda, França, Bélgica, Estados Unidos, Uganda e Quénia por manifestantes, na capital da RDCongo, indicando estar "a seguir de perto" os desenvolvimentos da situação no país.

O bloco apelou também à proteção das representações diplomáticas, como estipulado na Convenção de Viena.

O Conselho dos Negócios Estrangeiros da UE debateu, na segunda-feira, a escalada da crise e instou o Ruanda a retirar o seu apoio ao M23.

Os Estados-membros manifestaram-se dispostos a adotar medidas para manter a paz e a estabilidade na RDCongo.

Hoje também, a ONU, através do Programa Alimentar Mundial, alertou para a falta de alimentos na cidade de Goma, precisamente onde se verificam há seis dias violentos combates em áreas residenciais entre o grupo rebelde M23 e as forças armadas congolesas.

A situação só pode piorar nas próximas horas com o encerramento do aeroporto de Goma, cidade cuja tomada o M23 reclama, e o bloqueio das principais vias de acesso, afirmou a porta-voz da agência, Shelley Thakral, a partir de Kinshasa.

Estima-se que pelo menos uma em cada quatro pessoas em Goma corre o risco evidente de morrer de fome se a situação não for desbloqueada.

Enquanto o M23 afirma ter tomado o controlo de Goma, no nordeste da RDCongo, as tensões estão a aumentar com o vizinho Ruanda.

Embora o Ruanda negue a alegada colaboração de Kigali com o M23, a ONU confirmou anteriormente aquele facto.

Por sua vez, o Ruanda e o M23 acusam o exército democrático-congolês de cooperar com a milícia Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (FDLR), um grupo fundado em 2000 por líderes do genocídio de 1994 e outros ruandeses exilados na RDCongo para recuperar o poder político no seu país, uma colaboração também confirmada pela ONU, cujos capacetes azuis foram também atacados.

Desde 1998, o leste da RDCongo está mergulhado num conflito alimentado por milícias rebeldes e pelo exército, apesar da presença da Missão de Estabilização das Nações Unidas na República Democrática do Congo (Monusco).

A República Democrática do Congo tem fronteiras com Angola.

Leia Também: França admite enviar tropas para Gronelândia se a Dinamarca pedir

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