Angola debate instabilidade em África com Mauritânia e Guiné Equatorial

O Presidente angolano, João Lourenço, abordou hoje a "instabilidade e insegurança em África" com os seus homólogos da Mauritânia e da Guiné Equatorial, anunciou a Presidência em Luanda.

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Lusa
28/01/2025 20:34 ‧ há 2 dias por Lusa

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João Lourenço

Com o seu homólogo mauritano, Mohamed Ould Ghazouani, a quem sucederá a partir de fevereiro na Presidência rotativa da União Africana, o tema da conversa telefónica "foi a questão da instabilidade e segurança em África", lê-se no comunicado.

 

"A meio da tarde de hoje, o Presidente João Lourenço, medianeiro mandatado pela União Africana para o conflito do leste da República Democrática do Congo", abordou com o seu homólogo equato-guineense, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, a situação naquela região africana, que o comunicado caracteriza como sendo "tensa".

A crise de segurança e a ameaça de escalada no conflito no leste da RDCongo foi analisada também hoje em Luanda, durante uma Reunião de Emergência do Conselho de Paz e Segurança da União Africana (UA), segundo um comunicado distribuído pelo Ministério das Relações Exteriores de Angola.

O encontro realizou-se em formato de videoconferência e foi presidido pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Costa do Marfim, Kacou Housdja Leon Adom, na qualidade de presidente em exercício do Conselho de Paz e Segurança da União Africana para este mês.

Angola, que ocupa atualmente a presidência da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), esteve representada pela secretária de Estado para as relações Exteriores, Esmeralda Bravo Conde da Silva Mendonça.

No âmbito da presidência angolana da CIRGL e do mandato atribuído pela União Africana para mediar a crise na RDCongo, João Lourenço "tem liderado iniciativas político diplomáticas para restaurar a paz e estabilidade na região, combater a presença de grupos armados e fomentar a confiança entre a República Democrática do Congo e o Ruanda", destaca-se no comunicado.

Na reunião, a secretária de estado angolana lamentou "a continuidade das hostilidades e a flagrante violação do cessar-fogo, em vigor desde 04 de agosto de 2024, pelo grupo M23, que vem deteriorando a situação de segurança nas províncias de Kivu Norte e Kivu Sul", detalha o comunicado.

"O Governo angolano condena veementemente as ações do M23 e reafirma o seu compromisso com a defesa dos direitos humanos, a proteção de civis e a preservação da soberania e integridade territorial da República Democrática do Congo", acrescenta-se na nota.

Angola "reitera a urgência de uma cessação imediata das hostilidades e apela ao regresso das partes à mesa de negociações no âmbito do Processo de Luanda, reconhecido pela União Africana e pela comunidade internacional como o principal mecanismo para uma solução pacífica e duradoura na região".

Participaram neste encontro os chefes das diplomacias da RDCongo e do Ruanda, Therese Wagner e Olivier Nduhungirehe, respetivamente.

A Comunidade da África Oriental convocou para quarta-feira, em Nairobi, uma cimeira extraordinária para tentar conter a escalada no conflito no Leste da República Democrática do Congo.

A Presidência queniana anunciou as presenças dos Presidentes democrato-congolês, Félix Tshisekedi, e ruandês, Paul Kagame, líderes dos países vizinhos que se encontram em confrontação aberta no Leste da RDCongo.

Leia Também: França e Angola assinam contratos de cooperação no valor de 430 milhões

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