Macron em contacto com líderes para tentar travar o conflito na RDCongo

O Presidente francês conversou com os homólogos de Angola, Uganda e Burundi, para tentar travar o grupo armado M23 que, apoiado por militares do Ruanda, continua a ofensiva na República Democrática do Congo (RDCongo), anunciou esta sexta-feira o Eliseu.

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© LUDOVIC MARIN/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
31/01/2025 17:46 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

RDCongo

Emmanuel Macron conversou na quinta-feira com os Presidentes de Angola, João Lourenço, do Burundi, Evariste Ndayishimiye, e do Uganda, Yoweri Museveni, segundo a Presidência francesa.

 

Os contactos do Presidente francês sobre esta questão vão continuar n domingo e na segunda-feira, adiantou, com os chefes de Estado do Quénia, William Ruto, do Congo-Brazzaville, Denis Sassou-Nguesso, e da África do Sul, Cyril Ramaphosa.

Emmanuel Macron também conversou na quinta-feira à noite com o Presidente da RDCongo, Félix Tshisekedi, para fazer o ponto da situação e perceber as "ações diplomáticas que podem ser tomadas", acrescentou o Palácio do Eliseu.

O Presidente francês "mantém-se em contacto" com o Presidente do Ruanda, Paul Kagame, acrescentou ainda a Presidência, referindo que o chefe da diplomacia francesa, Jean-Noël Barrot, efetuou visitas a Kinshasa e Kigali na quinta e sexta-feira.

"A cessação das hostilidades é claramente uma condição prévia para o reatamento do diálogo", sublinhou o Eliseu após esta série de conversações com os países vizinhos da RDCongo e do Ruanda, que apoia o movimento rebelde M23.

Ao nível das Nações Unidas (ONU) e da União Europeia (EU), existe uma "convergência para elevar o tom e reforçar a pressão tanto sobre o M23 como sobre o Ruanda e os atores congoleses que estão numa lógica de tomada de poder", segundo a mesma fonte, quando questionada sobre eventuais sanções internacionais.

Depois de conquistar a grande cidade de Goma, capital da província do Kivu Norte no leste do RDCongo, no início da semana, o grupo armado anti-governamental M23 e o exército ruandês estão a avançar na província vizinha em direção à cidade de Bukavu.

"Estamos em Goma para ficar", disse o chefe da plataforma político-militar a que pertence o M23, Corneille Nangaa, numa conferência de imprensa em Goma, na quinta-feira, na qual garantiu que vão "continuar a marcha de libertação até Kinshasa".

A Bélgica já pediu à UE que considerasse a possibilidade de aplicar sanções contra o Ruanda.

Na quinta-feira, Londres ameaçou "rever toda a ajuda britânica ao Ruanda" e o Presidente angolano, mediador designado pela União Africana, exortou os seus homólogos da RDCongo e do Ruanda a empenharem-se no processo de pacificação da região, nomeadamente com a retirada das Forças de Defesa do Ruanda do território.

A guerra opõe o movimento rebelde M23 ao exército governamental no leste da RDCongo, onde se registaram numerosos surtos de doenças contagiosas e uma enorme escassez de ajuda por parte da comunidade humanitária, que considera a situação muito difícil. 

De acordo com a ONU, mais de meio milhão de pessoas foram deslocadas pelos combates desde o início de janeiro.

Os confrontos à volta de Goma agravaram a crise humanitária nesta região estratégica, com um subsolo rico, abalada desde há décadas pela violência de grupos armados apoiados em parte pelos vizinhos da RDCongo e agravada após o genocídio ruandês de 1994.

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