A fonte do hospital Al-Nao, que falou sob anonimato, acrescentou que os feridos "ainda estão a ser levados para o hospital" após o ataque, que atribuiu às Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).
Desde abril de 2023, que as RSF estão em guerra aberta com o exército governamental, um conflito que já matou dezenas de milhares de pessoas e desalojou mais de 12 milhões.
Após meses de aparente impasse na capital, o exército lançou uma ofensiva em janeiro e retomou bases importantes, incluindo o seu quartel-general em Cartum, que estava cercado pelos paramilitares desde o início do conflito.
As RSF foram expulsas de muitos dos seus redutos e está a ser cada vez mais empurrada para os arredores da capital.
Testemunhas do ataque de hoje, o mais recente a atingir civis em mercados, disseram à AFP que o fogo de artilharia veio do oeste de Omdurman, que ainda é controlado pelos paramilitares.
Este ataque ocorre um dia depois de o líder destas forças paramilitares, Mohamed Hamdane Daglo, ter prometido expulsar o exército da capital, reconhecendo assim, indiretamente, pela primeira vez, reveses contra o exército sudanês em Cartum.
A guerra no Sudão começou em 15 de abril de 2023 após o fracasso das negociações para integrar os paramilitares no exército no contexto de uma transição política no país após o derrube da ditadura do então Presidente, Omar al-Bashir, em 2019.
O conflito no Sudão entre o exército e as RSF desencadeou uma enorme catástrofe humanitária, matando dezenas de milhares de pessoas e desalojando mais de 12 milhões.
A fome é galopante nalgumas zonas do país, obrigando as famílias a sobreviver de erva e forragem, sobretudo no oeste e no sul do país.
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