Num comunicado, o Comando Sul dos Estados Unidos explicou a operação depois de Trump ter assinado, na passada quarta-feira, um memorando para que o Pentágono e o Departamento de Segurança Interna expandam o centro de imigrantes da base "até à sua capacidade máxima".
Os soldados destacados incluem fuzileiros navais e outros militares do Comando Sul dos EUA, que é responsável pela América Latina.
Na quarta-feira, ao assinar o memorando, Trump disse que a medida visa "deter os piores imigrantes ilegais criminosos que representam uma ameaça para o povo norte-americano".
O Serviço de Imigração e Alfândegas (ICE) gere, há décadas, um centro de detenção de imigrantes na base militar da Baía de Guantánamo, separadamente da prisão para suspeitos de terrorismo.
Marines assigned to 1st Battalion, 6th Marine Regiment, @2dMarDiv, have arrived in Guantanamo Bay, Cuba, to prepare to expand the Migrant Operations Center at Naval Station Guantanamo Bay.@Southcom | @USMC pic.twitter.com/Ukw5DOSfZz
— Department of Defense 🇺🇸 (@DeptofDefense) February 2, 2025
O "czar" da fronteira de Trump, Tom Homan, disse aos jornalistas na semana passada que o ICE continuará a ser a agência responsável pela gestão do centro de detenção com 30.000 camas.
Os migrantes que até agora chegam à base de Guantánamo são aqueles que as autoridades norte-americanas intercetam no mar quando tentam chegar às costas do país, oriundos principalmente de Cuba e do Haiti.
Segundo o jornal Washington Post, o maior centro do ICE tem cerca de 2.000 camas para deportados, pelo que, se as 30.000 camas forem atingidas, Guantánamo eclipsará os restantes.
A base de Guantánamo funciona num vazio jurídico, onde não se aplicam as mesmas salvaguardas legais em matéria de imigração que no continente norte-americano.
A situação nas instalações de imigração de Guantánamo tem sido historicamente opaca, com pouca informação pública sobre o que lá se passa.
Um relato de setembro de 2024 do The New York Times, baseado em relatórios internos do governo, revelou que os detidos enfrentam más condições em Guantánamo, entre alegações de que são obrigados a usar óculos opacos durante as transferências dentro da base, que as chamadas telefónicas com advogados são monitorizadas e que algumas instalações estão infestadas de ratos.
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