No seu relatório anual, o PAM conclui que a insegurança alimentar "caiu para 22% em novembro de 2024", depois de ter atingido "28,3% em setembro de 2023".
De acordo com este organismo das Nações Unidas, a insegurança alimentar afeta um quarto dos agregados familiares guineenses (22%), que representa quase 400 mil pessoas, um quinto dos cerca de dois milhões de habitantes.
A organização atribui o progresso a "melhorias nas condições económicas" e destaca a lacuna que persiste entre a insegurança alimentar urbana e rural, com o problema mais evidente nas regiões do interior da Guiné-Bissau.
Segundo se afirma no relatório, "a insegurança alimentar é particularmente elevada em Tombali (34%), em Gabu (33%), no Oio (30%) e em Quinara (28%), com todas estas regiões a apresentarem uma taxa superior à nacional.
Na capital, Bissau, é onde o problema tem menor impacto, com uma taxa de cinco por cento.
O Programa Alimentar Mundial atribui as disparidades entre a segurança alimentar urbana e rural a "disparidades de infraestrutura e acesso limitado a meios de subsistência nas áreas rurais".
O PAM dá ainda conta das consequências da insegurança alimentar, apontando que "sete por cento das crianças de seis a 23 meses têm a dieta mínima aceitável".
No relatório conclui-se que apenas "11% dos agregados familiares adotaram estratégias de adaptação baseadas em meios de subsistência para lidar com a insegurança alimentar".
O Programa atribui a falta de acesso regular a alimentos suficientes às condições de mercado, nomeadamente ao aumento de 24% no preço do arroz, a base alimentar dos guineenses, devido à remoção dos subsídios governamentais.
Outra das causas apontadas é o impacto das inundações recentes que, em setembro de 2024, afetaram mais de 125 mil hectares de terra, incluindo quase seis mil hectares de campos agrícolas.
Segundo o PAM, "mais de 58.336 pessoas foram diretamente afetadas, incluindo 19.707 indivíduos vulneráveis, como crianças e idosos".
No relatório está incluída uma avaliação detalhada da situação de segurança alimentar e nutricional na Guiné-Bissau em novembro de 2024, com base nos dados do SiSSAN (Sistema de Monitorização de Segurança Alimentar e Nutricional).
Leia Também: Alimentos ricos em magnésio para conseguir dormir melhor à noite