A carta da Associação de Agentes do FBI, que representa os interesses de mais de 14.000 agentes no ativo e reformados, surge na sequência das notícias de que dão conta que milhares de funcionários foram convidados no fim de semana a preencher um questionário detalhado sobre o seu envolvimento nas investigações ao ataque ao Capitólio, em 06 de janeiro de 2021.
Separadamente, também hoje, os democratas do Comité Judicial do Senado escreveram a Patel e Pam Bondi,- escolhidos por Trump para dirigir o FBI e o Departamento de Justiça, respetivamente - para manifestar "graves preocupações" sobre os esforços para escrutinar, reatribuir e remover funcionários de carreira e exigir uma série de comunicações internas sobre os seus planos para abalar as agências.
A carta foi enviada a legisladores de ambos os partidos, incluindo o Presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Mike Johnson, o senador democrata Chuck Schumer, bem como aos líderes dos comités judiciais da Câmara e do Senado.
Na missiva, levantam "preocupações urgentes sobre as recentes ações tomadas por funcionários em exercício no Departamento de Justiça que ameaçam as carreiras de milhares de Agentes Especiais do FBI e correm o risco de perturbar o trabalho essencial do Bureau".
"Simplificando, os Agentes Especiais que arriscam as suas vidas a proteger este país de criminosos e terroristas estão agora a ser colocados em listas e a ver as suas carreiras comprometidas por cumprirem as ordens que lhes foram dadas pelos seus superiores no FBI",lê-se, na carta citada pela Associated Press (AP).
"Essas ações, que carecem de transparência e devido processo, estão a criar distrações perigosas, colocando em risco as investigações em andamento e minando a capacidade do Bureau de trabalhar com parceiros estaduais, locais e internacionais para tornar a América segura novamente", acrescentam.
O departamento de Justiça norte-americano pediu os nomes, cargos e postos de trabalho de todos os funcionários do FBI envolvidos nas investigações relacionadas com o assalto ao Capitólio, que culminou num confronto violento e sangrento entre manifestantes pró-Trump com a polícia, numa tentativa massiva de bloquear a certificação dos resultados eleitorais que deram a vitória a Joe Biden.
Um memorando do vice-procurador-geral interino Emil Bove, que foi advogado de Trump antes de ingressar no governo, indicou que os funcionários do Departamento de Justiça iriam realizar um "processo de revisão para determinar se quaisquer ações adicionais de pessoal são necessárias".
A carta da associação pede aos legisladores que "trabalhem com o Presidente Trump para impedir que os funcionários em exercício tomem medidas pessoais" que prejudiquem o "objetivo comum de manter o FBI fora da política".
"É imperativo que os agentes especiais do FBI possam continuar seu trabalho crítico, livres do medo de retaliação e focados em salvaguardar nossa nação", rematam.
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