Na segunda-feira, Trump afirmou que quer que a Ucrânia forneça minerais raros, essenciais para inovações tecnológicas, em troca da continuação da ajuda contra a invasão russa.
"Estamos a dizer aos ucranianos que têm minerais raros muito valiosos. Queremos que o que estamos a oferecer seja retribuído de alguma forma. Queremos uma garantia", explicou Trump aos jornalistas na Sala Oval da Casa Branca.
Kyiv, que tem em Washington o seu principal ponto de apoio para contrariar a invasão russa, procura garantir a manutenção da ajuda financeira e militar norte-americana.
Hoje interrogado sobre esta exigência de Trump, Zelensky mostrou-se disponível para negociar o acesso a minerais raros por parte de empresas dos Estados Unidos.
"Gostaria que as empresas americanas (...) desenvolvessem este setor aqui", respondeu Volodymyr Zelensky numa conferência de imprensa.
"Estamos abertos a que isto possa ser desenvolvido com os nossos parceiros que nos ajudam a proteger o nosso território", acrescentou o líder ucraniano, dizendo mesmo que essa condição de Trump era "justa".
Zelensky esclareceu que a Ucrânia tem minerais raros suficientes, mas lembrou que parte deles estão localizados em regiões ocupadas pela Rússia, argumentando que, neste cenário, ficam também à disposição de países aliados de Moscovo, como o Irão e a Coreia do Norte.
Num plano de paz divulgado em outubro passado, Zelensky, sem mencionar especificamente os minerais raros, propôs um "acordo especial" com os aliados, permitindo a "proteção comum" e a "exploração comum dos recursos estratégicos" do país.
Na altura, o presidente ucraniano citou "o urânio, o titânio, o lítio, a grafite e outros recursos estratégicos de alto valor", que agora Trump reclama poder explorar favoravelmente.
Os minerais raros, como o európio ou o cério, são essenciais para a economia do futuro, especialmente para as principais tecnologias de transição energética, podendo ser aplicados em 'drones' ou em motores de veículos elétricos.
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