A Faixa de Gaza "pertence aos palestinianos" e deverá, "tal como a Cisjordânia e Jerusalém Oriental" fazer parte do "futuro Estado palestiniano", defendeu a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, numa resposta às declarações de Donald Trump sobre uma possível tomada de poder da zona pelos norte-americanos.
"A população civil de Gaza não pode ser expulsa e Gaza não pode ser permanentemente ocupada ou recolonizada", sublinhou Annalena Baerbock, em comunicado.
Também a França se mostrou contra o plano, sublinhando que a solução para a região tem de passar pela existência de dois Estados: Israel e Palestina.
"A França opõe-se totalmente à movimentação das populações", afirmou a porta-voz do Governo francês, Sophie Primas, acrescentando que as declarações de Donald Trump sobre a Faixa de Gaza e a transferência dos palestinianos que lá vivem são "perigosas para a estabilidade e para o processo de paz".
Paris continua a ter a mesma política, garantiu, afirmando que não pode haver "nenhuma deslocação de populações", e que o cessar-fogo temporário deve ter em vista "um processo de paz e uma solução de dois Estados".
Uma posição que o Reino Unido também defendeu, com o ministro dos Negócios Estrangeiros, David Lammy, a defender que os palestinianos devem manter-se na Faixa de Gaza e na Cisjordânia e ter a possibilidade de aí "viver e prosperar".
"Precisamos de ver que os palestinianos são capazes de viver e prosperar nos seus territórios, em Gaza e na Cisjordânia", disse.
O Presidente norte-americano anunciou na terça-feira querer que os Estados Unidos assumam o controlo da Faixa de Gaza depois de os palestinianos serem reinstalados noutros locais.
No final de um encontro com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, Trump avançou que quer reconstruir aquela região e passar a controlar a zona, não excluindo a possibilidade de enviar tropas norte-americanas para a Faixa de Gaza.
Netanyahu considerou ser uma ideia que "vale a pena tentar", afirmando que o plano "pode mudar a História".
Donald Trump já tinha sugerido que os palestinianos deslocados em Gaza fossem "reinstalados permanentemente" fora do território devastado pela guerra, nomeadamente no Egito e na Jordânia.
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