Negociações? "Veremos as condições que os russos vão impor sobre Kursk"

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse hoje estar confiante de que a operação na província russa de Kursk terá um impacto positivo nos interesses de Kyiv numa eventual negociação com Moscovo.

Notícia

© Vitalii Nosach /Global Images Ukraine via Getty Images

Lusa
05/02/2025 23:19 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"Veremos, quando chegarmos a um acordo diplomático para pôr fim à guerra, quais as condições que os russos vão impor à Ucrânia no que diz respeito à frente de Kursk", apontou hoje o presidente ucraniano, após se ter reunido com o se ter reunido com o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Lammy, em Kyiv.

 

"Foi um passo importante", sublinhou Zelensky, citado pela Europa Press, que preferiu não utilizar o termo 'histórico' para se referir à operação. "Toda a vida da Ucrânia e a sua luta é um percurso histórico, por isso não vou utilizar esta palavra".

Zelensky aproveitou a oportunidade para agradecer, uma vez mais, a todos os soldados ucranianos que defendem o território, bem como aos que estão destacados nesta província russa, onde "se mantém uma situação estável".

"Os russos sofreram perdas muito pesadas", disse, incluindo também as tropas norte-coreanas presentes em Kursk, ao abrigo de um acordo de cooperação militar entre Moscovo e Pyongyang, que previa o destacamento de cerca de 10.000 soldados. "Estão a fugir, estamos a ver isso", afirmou.

Zelensky destacou ainda que, durante estes seis meses de presença ucraniana em território russo, foram dados "passos muito sérios", como a destruição de "vários pontos militares muito importantes", segundo a agência Ukrinform.

"Não creio que nos consigam expulsar deste território num futuro próximo", indicou, referindo que a presença das tropas ucranianas conseguiu atrair cerca de 60 mil soldados do exército russo para esta frente, descongestionando outras frentes, como as de Kharkiv e Zaporizhzhya.

"É mais difícil na região de Donetsk", reconheceu.

De acordo com fontes ucranianas, na altura da invasão surpresa ucraniana da província russa de Kursk, Moscovo tinha cerca de 11.000 soldados destacados na região fronteiriça, um número que agora subiu para 60.000. Durante este período, Kiev calcula 38.000 baixas entre as fileiras russas em termos de mortos e feridos, números muito semelhantes aos apresentados por Moscovo para as perdas ucranianas.

Por outro lado, o Presidente ucraniano voltou a alertar para o facto de as "ambições" do Presidente russo, Vladimir Putin, poderem "provocar" a entrada de outros países no conflito e admitiu a possibilidade de a Bielorrússia se envolver diretamente no conflito nos próximos meses de verão, enviando para lá as suas tropas.

"Ele está a fazer tudo o que é possível para não parar esta guerra e para ir mais longe. Estou a pensar noutros países. Tenho a certeza disso. Aviso-o franca e abertamente. Vai provocar outros países, quiçá v a Polónia ou os países bálticos", especulou, citado pela Europa Press.

Zelensky insistiu que as suas palavras "não são apenas retórica" e avisou que Putin "fará tudo o que for possível" e "pensará em formas" de provocar outros países da região. "Não sei se haverá uma invasão, mas em qualquer caso, desta forma, ele arrastará a Bielorrússia para a guerra", disse.

No entanto, acredita que a Bielorrússia já está em guerra desde o momento em que as suas autoridades cederam o seu território para permitir que a Ucrânia fosse atacada. "O seu povo, não, e o seu exército ainda não, mas Putin quer mesmo fazê-lo e é por isso que penso que devemos fazer tudo o que pudermos para o impedir", sublinhou.

Leia Também: Como está a situação dos recursos mineiros ucranianos?

 

 

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas