Presidente do México denuncia ameaças à soberania (sem mencionar Trump)

O México enfrenta ameaças à sua soberania nacional devido a um "espírito intervencionista", denunciou hoje a Presidente Claudia Sheinbaum, sem mencionar as tensões com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Notícia

© Luis Barron/ Pixelnews/Future Publishing via Getty Images

Lusa
05/02/2025 23:56 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

México

"Numa altura em que surgem ameaças à nossa soberania nacional, em que o espírito intervencionista bate às portas da nossa pátria, é tempo de recordar a história e a nossa grandeza", disse a Presidente, num discurso que assinalou o aniversário da promulgação da Constituição de 1917.

 

Sheinbaum não se referiu especificamente a Donald Trump, que no sábado impôs tarifas de 25% sobre as exportações do México para os Estados Unidos por considerar que as autoridades mexicanas não estão a fazer o suficiente para combater o tráfico de droga e a migração ilegal.

O Presidente norte-americano suspendeu a sua ameaça tarifária na segunda-feira, quando ordenou o envio de 10.000 soldados para a fronteira norte para reforçar a luta contra o tráfico de droga, especialmente o fentanil, e o contrabando de migrantes sem documentos.

No seu discurso em Querétaro (centro do México), Sheinbaum reiterou que o seu governo está disposto a colaborar e cooperar, mas nunca com "submissão" ou "subordinação".

Em comunicado, o novo Secretário de Estado, Marco Rubio, agradeceu ao México o envio de 10.000 forças de segurança ao longo da fronteira para combater o tráfico de droga.

Na sequência de um telefonema, o Secretário de Estado e o seu homólogo mexicano Ramon de la Fuente expressaram "um compromisso mútuo de trabalhar em conjunto como vizinhos e parceiros", afirmou o Departamento de Estado no seu comunicado de imprensa.

As tarifas são uma preocupação para o México, pois é o maior parceiro comercial dos Estados Unidos, com as exportações para aquele país avaliadas em 490,183 mil milhões de dólares (cerca de 485 mil milhões de euros) em 2023, quase 30% do produto interno bruto (PIB) do México, de acordo com um relatório do Instituto Mexicano de Competitividade (IMCO).

O México é o maior parceiro comercial dos Estados Unidos, absorvendo mais de 80% das exportações norte-americanas.

O decreto presidencial de Trump determina a imposição de tarifas de 10% à China, de 25% ao México e de 25% ao Canadá, exceto no petróleo canadiano, que terá tarifa de 10%.

De acordo com a Casa Branca, a ordem também inclui um mecanismo para aumentar as taxas aduaneiras em caso de retaliação destes países - os três principais parceiros comerciais dos Estados Unidos e que no total representam mais de 40% das importações do país.

Pequim ripostou na terça-feira com a aplicação de taxas de 15% sobre o carvão e o gás natural liquefeito (GNL) e de 10% sobre o petróleo e o equipamento agrícola provenientes dos Estados Unidos.  

"A imposição unilateral de direitos aduaneiros por parte dos Estados Unidos viola gravemente as regras da Organização Mundial do Comércio", declarou o Ministério das Finanças chinês num comunicado.

"Não só é inútil para resolver os seus próprios problemas, como também prejudica a cooperação económica e comercial normal entre a China e os Estados Unidos", acrescentou o Governo chinês.

As medidas da China foram tomadas quase imediatamente após a aplicação das tarifas norte-americanas.

Leia Também: Milhares protestam contra as políticas da administração de Trump nos EUA

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas