Parceiro de Governo na Gronelândia defende referendo de independência

A segunda maior força política na Gronelândia e parceiro da coligação no poder pretende realizar um referendo sobre a independência da Dinamarca no próximo período legislativo (2025-2029), adiantou hoje o líder do Siumut, Erik Jensen.

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Lusa
06/02/2025 23:07 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Gronelândia

Este território autónomo do Reino da Dinamarca, que realiza eleições em 11 de março, tem estado no centro das atenções nas últimas semanas devido ao interesse do Presidente dos EUA, o republicano Donald Trump, em adquirir este território, dando a entender que, caso contrário, poderá adotar represálias contra Copenhaga.

 

"Estou a contar que isso aconteça na próxima sessão legislativa. Mas tem de ser numa base firme para que a população não tenha dúvidas sobre as consequências. Temos um estado de bem-estar social que precisa de funcionar, há vários aspetos económicos a observar", frisou Jensen, durante uma entrevista à televisão pública dinamarquesa DR.

A posição oficial até agora do Siumut, o partido que historicamente tem dominado a Gronelândia desde que aprovou o seu primeiro estatuto de autonomia em 1979, era de aguardar pela opinião de uma comissão que estuda o caminho legal para a independência.

O novo Estatuto de Autonomia aprovado trinta anos mais tarde reconheceu o direito à autodeterminação e o artigo 21 estabelece os passos a seguir para a independência.

"Podemos fazer algo em paralelo, podemos ativar o parágrafo 21 e abrir negociações com o Governo dinamarquês. É isso que vamos defender na campanha", sublinhou Jensen.

A Gronelândia quer receber da Dinamarca um tratamento igualitário, acrescentou Jensen, criticando o tratamento injusto dado a muitos dos seus compatriotas

O Siumut (social-democrata), o segundo maior partido com 29,5%, está num Governo de coligação há três anos com a IA (socialistas) do presidente regional Múte B. Egede, que também é pró-independência, mas defende um processo a longo prazo.

De acordo com um inquérito recente do diário dinamarquês Berlingske e do diário groenlandês Sermitsiaq, 56% da população desta ilha do Ártico (cerca de 57.000 habitantes) com uma área superior a 2 milhões de quilómetros quadrados (80% dos quais permanentemente cobertos de gelo) deseja a independência.

Mas 45% destes são contra a separação da Dinamarca se isso significar uma queda no seu nível de vida, e 85% não querem fazer parte dos Estados Unidos, de acordo com a mesma sondagem.

Tanto o Governo da Gronelândia como o da Dinamarca sublinharam nas últimas semanas que serão os groenlandeses a decidir o seu futuro, mas mostraram-se abertos a aumentar a defesa e a cooperação económica com os Estados Unidos, de olhos postos na riqueza mineral da ilha, a maior do mundo.

A maioria dos partidos groenlandeses apoia a independência, mas divergem quanto ao prazo.

Metade do orçamento da ilha depende da ajuda anual de Copenhaga e as tentativas de aumentar os rendimentos da sua riqueza mineral e petrolífera falharam até agora devido às dificuldades e aos elevados custos de extração.

Leia Também: Gronelândia aprova lei que proíbe doações estrangeiras a partidos

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