As novas sanções norte-americanas visam entidades acusadas de vender petróleo bruto iraniano à China.
"A decisão do novo Governo norte-americano de exercer pressão sobre a nação iraniana, impedindo o comércio legal do Irão com os seus parceiros económicos, é uma medida ilegítima, ilegal e violenta", afirmou, em comunicado, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano.
Esmaeil Baqaei descreveu a medida como "completamente injustificada e contrária às regras internacionais".
O Departamento do Tesouro dos EUA anunciou na quinta-feira um novo conjunto de sanções contra uma rede internacional que alegadamente terá facilitado a exportação de milhões de barris de petróleo iraniano para a China.
Segundo o Escritório de Controlo de Ativos Estrangeiros (OFAC, na sigla em inglês), a operação envolveu entidades e indivíduos com sede na China, na Índia e nos Emirados Árabes Unidos, além de vários petroleiros.
A medida visa enfraquecer as fontes de financiamento das Forças Armadas do Irão, que, de acordo com o Governo norte-americano, utilizam os lucros da venda de petróleo para apoiar grupos considerados terroristas pelos EUA, incluindo o movimento palestiniano islamita Hamas, o grupo xiita libanês Hezbollah e os rebeldes Huthis do Iémen.
"O regime iraniano continua a direcionar as suas receitas petrolíferas para o desenvolvimento do seu programa nuclear, a produção de mísseis balísticos e 'drones', e o financiamento de grupos terroristas regionais", escreveu o secretário do Tesouro, Scott Bessent, num comunicado.
"Os Estados Unidos estão empenhados em travar todas as tentativas do Irão de garantir financiamento para estas atividades malignas", assegurou Bessent.
A investigação do OFAC revelou que a Sepehr Energy - uma empresa de fachada do Irão - utilizou métodos fraudulentos para ocultar a origem iraniana do petróleo comercializado, recorrendo à falsificação de documentos marítimos e à alteração dos nomes de embarcações.
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