Hamas denuncia que volume de ajuda a Gaza está "longe do necessária"

O grupo islamita palestiniano Hamas denunciou hoje que o volume de ajuda humanitária que entrou no norte de Gaza está "longe do mínimo necessário".

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© MOHAMMED HUWAIS/AFP via Getty Images

Lusa
07/02/2025 13:32 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

Segundo o Hamas, que controla o enclave palestiniano desde 2007, entraram no norte da Faixa de Gaza menos de metade dos 6.000 camiões que deveriam chegar desde a entrada em vigor do cessar-fogo com Israel, há 20 dias.

 

O número total de camiões que entraram em toda a Faixa de Gaza durante este período foi de 8.500, quando deveria ter sido de 12.000.

"As condições humanitárias catastróficas em Gaza continuam a deteriorar-se perigosamente, enquanto Israel continua a adiar e a hesitar aplicar o protocolo humanitário do acordo, apesar da clareza das suas disposições, da definição das necessidades e das prioridades exigidas e da estipulação clara de prazos específicos", acusou o governo do enclave, tutelado pelo Hamas, num comunicado.

O Hamas também criticou a qualidade da ajuda que chega nos camiões, a maioria dos quais transporta fruta, legumes e produtos secundários como macarrão instantâneo, chocolate ou batatas fritas.

Segundo a organização, trata-se de uma "manipulação clara" das necessidades e prioridades de socorro e de abrigo da população que reside na zona.

Em termos de abrigo, são necessárias 200.000 tendas e 60.000 casas móveis. No entanto, referiu o grupo, a ajuda que chegou não ultrapassou 10% das tendas e não foram trazidas quaisquer casas móveis.

No mesmo comunicado, o Hamas recordou que o acordo de cessar-fogo estipula a entrada diária de 50 camiões de combustível para o funcionamento dos hospitais e das instalações de base, mas que não chegaram mais de 15 camiões-tanque por dia, o que provocou a paralisação dos trabalhos nos hospitais.

Além disso, o movimento alegou que Israel está relutante em trazer equipamento médico, dispositivos, combustível médico e hospitais de campanha para Gaza e não retirou os feridos e doentes da zona. 

Em consequência do atraso nas transferências, 100 crianças doentes morreram e 40% dos doentes renais morreram devido à incapacidade dos hospitais de efetuarem diálise, de acordo com o Hamas.

Israel está também a impedir a entrada de geradores de eletricidade, painéis solares, baterias, cabos e reservatórios de água e está a dificultar a coordenação para trazer mantimentos para restaurar parcialmente as redes de água e esgotos no norte da Faixa, disse ainda o grupo extremista palestiniano.

Segundo a mesma nota informativa, as equipas que trabalham em Gaza não dispõem de equipamento pesado e de máquinas para remover os 55 milhões de toneladas de escombros, o que impossibilita a abertura de ruas e a remoção de corpos.

O governo de Gaza apelou aos mediadores internacionais do acordo de tréguas para que pressionem Israel a aplicar o cessar-fogo e exigiu a realização de uma conferência internacional para a reconstrução da Faixa.

Quinze meses de guerra entre o Hamas e Israel na Faixa de Gaza provocaram mais de 47.000 mortos e um elevado nível de destruição de infraestruturas no território.

A ofensiva israelita foi desencadeada por um ataque do Hamas contra Israel, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e o rapto de 250 pessoas que foram levadas como reféns para a Faixa de Gaza.

Os combates cessaram em 19 de janeiro, no âmbito de um acordo de cessar-fogo negociado por vários mediadores internacionais (Estados Unidos, Qatar e Egito).

Leia Também: Saída de palestinianos? Egito alerta para "consequências catastróficas"

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