O ministro egípcio dos Negócios Estrangeiros, Badr Abdelaty, manteve contactos com os seus homólogos da Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Omã, Bahrein, Jordânia, Iraque, Argélia, Mauritânia, Tunísia e Sudão, com quem trocou "pontos de vista sobre a evolução da questão palestiniana", divulgou o seu gabinete em comunicado.
Nessas conversas foi sublinhada "a posição árabe sobre a questão palestiniana, que rejeita quaisquer medidas destinadas a deslocar o povo palestiniano da sua terra ou a encorajar a sua transferência para outros países fora dos territórios palestinianos", depois de Donald Trump ter proposto este cenário.
"Estas perceções e ideias representam uma violação flagrante do direito internacional, uma violação dos direitos palestinianos, uma ameaça à segurança e estabilidade na região e um enfraquecimento das possibilidades de paz e coexistência entre os seus povos", acrescentou a nota da diplomacia egípcia.
Segundo Abdelaty, houve um consenso sobre "a necessidade de lutar por uma solução política permanente e justa para a questão palestiniana através da única via prática, que é o estabelecimento de um Estado palestiniano independente" com Jerusalém Oriental como capital.
Foram também recordados os esforços do Egito para garantir o cumprimento do acordo de cessar-fogo em Gaza - no qual é mediador juntamente com o Qatar e os Estados Unidos - e a sua implementação em três fases, incluindo a entrada de ajuda humanitária e a libertação dos reféns detidos pelo Hamas.
Na última semana, o Egito e a Jordânia, assim como outros países árabes e parte da comunidade internacional, condenaram e rejeitaram o plano de Trump de deslocar a população palestiniana das suas terras, algo que o norte-americano disse que permitiria aos habitantes de Gaza "serem felizes, seguros e livres".
A guerra em Gaza começou após o ataque do Hamas contra Israel no dia 07 de outubro de 2023 e que fez 1.200 mortos e 250 reféns.
A resposta militar de Israel fez pelo menos 47 mil mortos, de acordo com os islamitas palestinianos do Hamas.
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