As hospitalizações refletem "a agressão sistemática e os maus-tratos infligidos aos nossos prisioneiros pelas autoridades prisionais israelitas", afirmou o Hamas num comunicado citado pela agência francesa AFP.
As autoridades israelitas desprezam a idade ou os problemas de saúde dos detidos, disse o Hamas, denunciando o que designou por uma "política de assassínio lento de prisioneiros".
O Crescente Vermelho palestiniano anunciou que sete dos prisioneiros palestinianos libertados hoje por Israel foram hospitalizados devido ao estado de saúde.
Os prisioneiros foram internados no Hospital Istishari em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, depois de terem chegado ao local num autocarro da Cruz Vermelha que saiu da prisão israelita de Ofer com 40 palestinianos a bordo.
Israel confirmou a libertação dos 183 palestinianos no âmbito da quinta troca com reféns israelitas realizada ao abrigo do acordo de cessar-fogo com o Hamas, em vigor desde 19 de janeiro.
O Comité de Prisioneiros e Prisioneiras da Cisjordânia disse que 111 dos prisioneiros tinham sido detidos na Faixa de Gaza por Israel na sequência dos ataques do Hamas de 07 de outubro de 2023, que desencadearam a atual guerra.
Dos detidos antes de 07 de outubro, 40 foram transferidos para Ramallah, 20 para Gaza, sete para o Egito e cinco para Jerusalém Oriental, de acordo com os dados da organização, citados pela agência espanhola EFE.
A agência noticiosa palestiniana Sanad noticiou que uma das pessoas levadas para o hospital é Yamal al-Tawil, que disse ter sido espancado na prisão.
Tawil é um antigo presidente da câmara da aldeia de Al-Bireh, na Cisjordânia ocupada.
É um dos chefes militares do Hamas no território e foi acusado de ter organizado um atentado bombista contra um centro comercial em Jerusalém, em 2001, que matou 12 pessoas.
Outro prisioneiro, Shadi Barguti, disse aos jornalistas após a libertação em Ramallah que os israelitas tinham um "comportamento nazi, rancoroso e abjeto" para com os prisioneiros palestinianos
Alegou que foi maltratado na prisão e que perdeu dezenas de quilos de peso devido à falta de comida.
Shadi Barguti, cumpria uma pena de 27 anos de prisão por atentados em Israel.
O pai, Fajri Barguti, foi também condenado a prisão perpétua depois de ter esfaqueado um soldado israelita perto da aldeia palestiniana de Nebi Saleh, na Cisjordânia ocupada, em 1978.
Pai e filho cumpriram cerca de sete anos juntos na prisão de Ascalon, até Fajri ser libertado durante a troca de mais de mil prisioneiros palestinianos pelo soldado israelita Gilad Shalit, em 2011.
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