Sobreviveu a Hitler e ao Holocausto, mas jamais imaginou rever o horror pelo qual passou há cerca de 80 anos.
Vive agora em Nova Iorque e à imprensa local revelou a forma como se sente ao ver as libertações dos reféns do Hamas, que têm acontecido nas últimas semanas.
Aron Krell, de 97 anos, foi libertado de Auschwitz quando tinha 18 anos. "[Estava tão magro] que me conseguiam levantar com um dedo", recorda o homem.
A libertação, este sábado, dos reféns Or Levy, Ohad Ben Ami e Eli Sharabi fizeram Aron Krell recordar o seu passado.
"Quando vi as fotografias deles a sair do cativeiro, pareciam tão emaciados e tão doentes”, disse, mostrando-se depois revoltado com a inércia em relação ao sucedido: "E o mundo não se importa. Não consigo entender - onde está a indignação?".
“É de partir o coração ver como os judeus estão a ser tratados hoje em dia. E ninguém diz uma palavra”, criticou Krell, fazendo eco dos gritos dos judeus que recorreram às redes sociais para criticar a aparente apatia.
"É uma visão triste de se ver, e ainda mais triste é termos de a discutir. Traz-nos de volta as memórias que tentamos esquecer, mas que não conseguimos esquecer", lamentou.
Recorde-se que os três reféns israelitas foram libertados no sábado pelo Hamas e entregues ao Comité Internacional da Cruz Vermelha, que os entregou depois ao exército israelita para serem levados para uma base onde foram sujeitos a primeiros exames médicos e se reunirem com as famílias.
O estado de saúde de Or Levy e Eli Sharabi, dois dos três reféns israelitas libertados hoje pelo Hamas, é "mau", anunciou o hospital Sheba
"As consequências de 491 longos dias de cativeiro são evidentes (...) e o seu estado de saúde é mau. Esta é a quarta vez [que o Sheba recebe reféns libertados de Gaza desde o início das tréguas, a 19 de janeiro] e a situação é mais grave desta vez", declarou à imprensa Yaël Frenkel Nir, diretora do hospital.
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