O chefe da missão, o eurodeputado espanhol Gabriel Mato, destacou hoje, numa conferência em Quito para apresentar o seu relatório preliminar, que as eleições no Equador foram "transparentes, bem organizadas e pacíficas".
Mato sublinhou, no entanto, que existem desafios pendentes, como a publicidade nas redes sociais, a utilização dos meios de comunicação públicos e a falta de separação entre as atividades eleitorais e governamentais por parte do presidente e candidato, Daniel Noboa.
"Não temos um único elemento objetivo de que tenha havido algum tipo de fraude", garantiu Mato, em referência às irregularidades denunciadas primeiro pela candidata Luisa González, do movimento Revolução Cidadã (RC), liderado pelo ex-Presidente Rafael Correa (2007-2017).
Já hoje, Daniel Noboa denunciou as "muitas irregularidades" na votação e resultados da primeira volta das eleições presidenciais, realizada no domingo, que ditou a disputa de segunda volta com a candidata da oposição Luisa González.
Para Noboa, a recontagem em várias províncias do país revelou "coisas que não batem certo" e que contradizem os resultados preliminares apurados pela Organização dos Estados Americanos (OEA), que lhe atribuiu "um número superior" de votos em relação à contagem oficial.
Questionado sobre se, neste cenário, reconhece o resultado das eleições, Daniel Noboa evitou comentar, preferindo agradecer o apoio dos cidadãos à sua candidatura e manifestar a sua intenção de tentar convencer os dois milhões de equatorianos que se abstiveram.
A primeira volta das eleições presidenciais decorreu domingo e Noboa venceu por uma margem de apenas 0,2% - pouco mais de 20 mil votos - contra González, que, no entanto, defende nas suas redes sociais que foi a mais votada nas urnas.
A segunda volta está agendada para 13 de abril.
No domingo, além da primeira volta das presidenciais decorreram ainda eleições legislativas que determinaram a vitória do partido de Noboa, apesar de ainda necessitar de alianças para garantir uma maioria.
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