"Queremos sublinhar que a solução para a paz na Palestina é a independência dos palestinianos com a solução de dois Estados", afirmou Prabowo ao receber Erdogan na capital indonésia, citado pela agência espanhola EFE.
Os dois presidentes assinaram uma declaração na qual comunicaram a "determinação inabalável" em apoiar a "soberania e independência palestinianas", concordando que o cessar-fogo é um passo crucial para uma resolução final do conflito.
O cessar-fogo em Gaza está em risco depois de o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ter afirmado na terça-feira que Israel retomará a guerra na Faixa de Gaza se o Hamas não libertar os reféns até ao meio-dia de sábado.
Netanyahu fez o ultimato depois de o grupo extremista palestiniano ter anunciado o adiamento da troca de reféns israelitas por prisioneiros palestinianos, que estava prevista para sábado.
O Hamas exigiu a Netanyahu que aplique "palavra por palavra" o acordo de cessar-fogo de Gaza, se quiser libertar os reféns raptados pelos extremistas palestinianos no ataque de 07 de outubro de 2023 contra Israel.
Erdogan e Prabowo também condenaram as "atrocidades cometidas contra o povo de Gaza e do Líbano", que, segundo afirmaram, contribuíram para a "instabilidade no Médio Oriente", e apelaram para que os responsáveis não fiquem impunes.
Opuseram-se ainda a "qualquer movimento" para retirar os palestinianos de Gaza, referindo-se à proposta do Presidente norte-americano, Donald Trump, de reconstruir o enclave e realojar os seus habitantes permanentemente noutros países, contrariando o direito internacional.
O Egito anunciou hoje que tem um plano para o futuro de Gaza que garante a reconstrução do território palestiniano sem a deslocação da população de cerca de dois milhões de pessoas.
Os presidentes indonésio e turco também concordaram em aumentar a cooperação no desenvolvimento de infraestruturas e em áreas como a segurança, a energia, o comércio e o investimento.
Antes da visita à Indonésia, Erdogan esteve na Malásia na terça-feira, onde se encontrou com o primeiro-ministro, Anwar Ibrahim, e falou em termos semelhantes sobre a crise de Gaza.
A Malásia e a Indonésia, ambos países de maioria muçulmana do Sudeste Asiático, são apoiantes de longa data da causa palestiniana e comprometeram-se a ajudar a construir hospitais, escolas, casas e mesquitas em Gaza.
A Faixa de Gaza ficou praticamente destruída após 15 meses de ataques israelitas que causaram cerca de 46.700 mortos, em resposta aos ataques do Hamas de outubro de 2023 que mataram 1.200 pessoas em Israel.
Erdogan continua a digressão asiática no Paquistão, onde permanecerá até quinta-feira, para se encontrar com o primeiro-ministro, Shehbaz Shariz, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros paquistanês.
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