Moscovo diz que conferência de Munique é palco para criticar a Rússia

A Rússia acusou hoje a Conferência de Segurança de Munique, que decorre até domingo sem participantes russos, de estar "a apostar no regime de Kyiv" e de se ter transformado numa plataforma para criticar Moscovo.

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© Maksim Konstantinov/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Lusa
14/02/2025 13:10 ‧ há 4 semanas por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

Num ataque duro à conferência que se inicia hoje, a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, considerou que o encontro de Munique já foi anteriormente uma oportunidade "de discussão séria de questões de política internacional".

 

"Quando proporcionava uma oportunidade para um diálogo franco, quando não se tornava apenas um monólogo, quando não era um lugar para intimidação", afirmou, citada pela agência russa TASS.

Insistiu que a conferência já foi uma oportunidade para "apresentar factos de forma franca, aberta e sincera", mas que atualmente serve para "ler os manuais" que as delegações ocidentais recebem de Bruxelas.

A Conferência de Munique "foi uma história fantástica, mas exatamente sobre uma serpente que não só mordeu a sua própria cauda, como também se começou a devorar a si própria", disse Zakharova.

A conferência conta com a participação do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e um dos pontos altos será o encontro que manterá hoje com a delegação dos Estados Unidos, liderada pelo vice-presidente JD Vance.

Em discussão estará a guerra que a Rússia lançou há três anos contra a Ucrânia e que também foi abordada pelos presidentes russo, Vladimir Putin, e norte-americano, Donald Trump, numa conversa telefónica na quarta-feira.

Ainda sobre a conferência de Munique, Zakharova disse que "poucas pessoas (...) estão interessadas em debates sobre as relações transatlânticas, sobre a forma como o estrato liberal do Ocidente coletivo vai sobreviver num mundo multipolar".

A Rússia prefere uma agenda que inclua "a segurança euro-asiática, a superação das práticas modernas de neocolonialismo e as formas de democratizar as relações internacionais", referiu a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Zakharova defendeu ainda que é necessário discutir "a construção de uma ordem mundial mais sustentável e justa baseada na coexistência de vários centros de poder em diferentes regiões do mundo".

"Esta agenda é interessante e prioritária para o nosso país, para muitos dos nossos parceiros e para a maioria mundial", acrescentou.

Zakharova contrapôs à conferência de Munique outras plataformas que disse terem com um papel de liderança nos debates internacionais, citando o Fórum Valdai, na Rússia, e as conferências realizadas na Bielorrússia, Índia, Qatar, Emirados Árabes Unidos e Turquia.

"Não há vaias na sala quando são ditas coisas importantes, mas que não coincidem com a ideia de um grupo de países. (...) Existe (...) uma cultura de diálogo, de respeito, de discussão de problemas reais e não de problemas fictícios", acrescentou.

Leia Também: Rússia sem representantes na conferência de Munique

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