Bielorrússia acusada de "crimes contra a humanidade" por peritos da ONU

Um grupo de peritos, criado pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, para investigar as "alegadas violações e abusos de direitos humanos" na Bielorrússia, disse ter registado "violações flagrantes", incluindo tortura.

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© SERGEI SAVOSTYANOV/POOL/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto
14/02/2025 15:07 ‧ há 4 semanas por Notícias ao Minuto

Mundo

Bielorrússia

Um grupo independente de investigadores da Organização das Nações Unidas (ONU) acusou, esta quinta-feira, a Bielorrússia de "violações generalizada dos direitos humanos" e que os abusos do presidente do país, Alexander Lukashenko, "equivalem a crimes contra a humanidade".

 

"O governo da Bielorrússia cometeu violações generalizadas dos direitos humanos contra a população civil do país, algumas das quais equivalem a crimes contra a humanidade, como parte de um esforço brutal para anular toda a oposição", consideraram os especialistas, num relatório citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

O grupo de peritos foi criado em abril do ano passado pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU com o objetivo de investigar e estabelecer "os factos, as circunstâncias e as causas profundas de todas as alegadas violações e abusos dos direitos humanos cometidos na Bielorrússia" desde 1 de maio de 2020.

No primeiro relatório após a sua criação, os peritos dizem ter registado "violações flagrantes", incluindo tortura, e alertaram para o facto de as prisões e detenções arbitrárias por motivos políticos se terem "tornado um elemento fixo das táticas das autoridades bielorrussas".

"O crime contra a humanidade de perseguição por motivos políticos foi cometido contra bielorrussos considerados críticos ou opositores do governo", frisaram.

Como resultado desta repressão, "centenas de milhares de pessoas deixaram o país desde 2020, incluindo advogados, ativistas, membros de organizações civis e jornalistas", denunciou o grupo de reflexão.

Alguns destes ativistas, segundo o relatório, foram acusados ou mesmo condenados à revelia durante o exílio, sob a acusação de "conspirar contra o Estado" ou "difamar o país".

Sublinhe-se que, nas eleições de 2020, Alexander Lukashenko foi declarado vencedor, com 80% dos votos, desencadeando acusações de fraude, meses de protestos e uma dura repressão com milhares de detenções. No mês passado foi eleito para o sétimo mandato.

Não querendo correr o risco de uma nova agitação por parte daqueles que se opõem às suas três décadas de regime de 'mão-de-ferro', Lukashenko antecipou a data das eleições de 2025 - do calor de agosto para o frio de janeiro, quando é menos provável que os manifestantes encham as ruas.

As principais figuras da oposição foram presas ou fugiram do país. Ativistas dos direitos humanos afirmam que a Bielorrússia tem cerca de 1.300 presos políticos, incluindo o Prémio Nobel da Paz Ales Bialiatski, fundador do principal grupo de defesa dos direitos humanos do país, o Viasna.

Leia Também: "Em segurança". Prisioneiros libertados por Minsk foram entregues aos EUA

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