Luso-alemão da AfD defende coligação com CDU e critica 'cordão sanitário'

O luso-alemão Paulo Pinto, membro da Alternativa para a Alemanha (AfD) em Euskirchen, afirma que a força política quer fazer uma coligação de Governo com os conservadores da CDU, criticando o 'cordão sanitário' contra o partido de extrema-direita.

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© INA FASSBENDER/AFP via Getty Images

Lusa
15/02/2025 10:01 ‧ há 9 horas por Lusa

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Alemanha/Eleições

"A AfD não quer estar sozinha ou mandar sozinha, eles querem a coligação, o trabalho em conjunto" com a União Democrata-Cristã (CDU), favorita nas sondagens para as eleições federais do próximo dia 23, com mais de 30% das intenções de voto, afirmou, em entrevista à agência Lusa, Paulo Pinto, filho de imigrantes portugueses e nascido em Euskirchen, estado da Renânia do Norte-Vestfália (oeste da Alemanha), que acolhe a segunda maior comunidade lusa neste país, atualmente com cerca de 300 famílias, a seguir a Hamburgo.

 

"Como um [partido] democrata, a AfD quer falar com os outros partidos para trabalharem juntos. Quem está a discriminar são os outros partidos", considerou, afirmando que "o problema é o 'Brandmauer'", o chamado 'cordão sanitário' que os partidos tradicionais impõem ao partido de extrema-direita, que as sondagens colocam no segundo lugar, com cerca de 22% dos votos.

"Eu pergunto: isso é democracia? Para mim, não é democracia", referiu.

Paulo Pinto recordou que, nas eleições regionais de setembro passado, a AfD foi o partido mais votado na Turíngia e ficou em segundo na Saxónia e em Brandemburgo.

"O povo foi claro, foi azul [referindo-se à cor com que é identificada a AfD]. O povo quer uma coligação com a CDU, declarou com a voz democrática que tem esse desejo desse trabalho conjunto. E não vão atrás do que o povo quer", criticou.

Há duas semanas, o líder conservador, Friedrich Merz, foi criticado pelos seus adversários e mesmo pela sua antecessora na CDU e antiga chanceler, Angela Merkel, por ter levado ao Bundestag (câmara baixa do parlamento alemão) propostas não vinculativas para endurecer as leis da imigração, que tiveram os votos favoráveis da AfD.

O passo também foi contestado por centenas de milhares de manifestantes nas ruas.

Merz foi acusado de romper o 'cordão sanitário', mas insistiu nos méritos das suas propostas, enquanto continua a prometer que não fará acordos com a extrema-direita.

"[As propostas de Merz sobre imigração] são uma cópia a 100% [das propostas da AfD]. (...) Porque é que copiam? Querem copiar, mas depois não querem cumprir", acusou o luso-alemão, afirmando: "Isto é enganar o povo".

Apesar de confiar que as sondagens sejam confirmadas nas urnas no próximo dia 23, Paulo Pinto acredita numa reedição da coligação entre CDU e o Partido Social-Democrata (do chanceler, Olaf Scholz) - como aconteceu em governos liderados por Merkel -, e também com os Verdes, atuais parceiros da coligação no poder.

"Não vai se emendar nada. (...) Não há mudança, porque o passado já provou que não é para confiar no Merz", lamentou.

A Alemanha realiza em 23 de fevereiro eleições legislativas antecipadas - estavam previstas para 28 de setembro -, na sequência da queda da coligação governamental liderada por Olaf Scholz e composta pelo SPD (social-democrata), pelos liberais do FDP e pelos Verdes.

Leia Também: Candidato conservador alemão ameaça Musk com retaliações por apoiar AfD

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