Fico considera que nem Costa nem a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, têm mandato para tratar de questões agora fundamentais, como o potencial envio de tropas para o terreno.
A posição de Robert Fico foi apresentada numa conversa com António Costa antes da reunião na capital francesa, na qual o líder eslovaco questionou se aceitar este tipo de convite contribui para aumentar a "confiança" no âmbito dos 27 Estados-membros, segundo declarações divulgadas pelo próprio chefe do Governo de Bratislava.
Robert Fico sustentou que a União Europeia (UE) "não tem nada que ver" com um possível envio de militares, uma vez que tal decisão caberia a cada um dos Estados-membros debatê-la a título individual, ou na ONU, como fórum. Na sua opinião, este tipo de negociações deveria inclusive ser realizado secretamente.
O primeiro-ministro eslovaco, que deixou claro que não está a equacionar qualquer envio de tropas do seu país, reiterou também a sua oposição à adesão da Ucrânia à NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental) e criticou o Ocidente, no seu conjunto, por uma estratégia falhada em relação à guerra na Ucrânia, para tentar "enfraquecer" a Rússia, adotando uma posição semelhante à do homólogo húngaro, Viktor Orbán.
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