Ucrânia? Scholz quer Europa e EUA a "agir em conjunto"

O chanceler alemão, Olaf Scholz, instou hoje a Europa e os Estados Unidos a continuarem a "agir em conjunto" face aos receios causados pelas iniciativas do Presidente norte-americano, Donald Trump, acerca do conflito na Ucrânia.

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Lusa
17/02/2025 19:26 ‧ há 6 dias por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

No final da reunião informal de emergência convocada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, em Paris e na qual participaram os principais líderes europeus, o chanceler alemão defendeu que "não deve haver divisão de segurança e de responsabilidade entre a Europa e os Estados Unidos".

 

"A NATO baseia-se no facto de agirmos sempre em conjunto e partilharmos os riscos (...) Isto não deve ser posto em causa", acrescentou Olaf Scholz, para quem este é o "momento errado" para discutir o envio de forças de paz para a Ucrânia e defendeu o apoio militar a Kyiv, se necessário com recurso a empréstimos.

O chanceler alemão manifestou-se surpreendido com os debates atuais, referindo os "resultados de conversações que não tiveram lugar, para as quais a Ucrânia não deu o seu consentimento e para as quais não foi convidada a participar".

Em declarações à imprensa alemã, à saída da reunião, Olaf Scholz considerou ainda haver uma "discussão inadequada, no momento errado e sobre o assunto errado", já que a paz ainda não foi alcançada numa "guerra brutal" entre Kyiv e Moscovo prestes a completar três anos.

Scholz congratulou-se com o facto de haver contactos entre os EUA e a Rússia, mas sublinhou que não pode haver "uma paz imposta e que a Ucrânia tenha de aceitar o que quer que aconteça".

A prioridade para o chanceler alemão é que Kyiv seja capaz de continuar o caminho da adesão à UE, defender a sua soberania e segurança e ter um exército forte e para tal precisa dos apoios europeu e norte-americano.

"Estes aspetos não são negociáveis. É importante que deixemos isto bem claro", sublinhou.

De acordo com Scholz, os líderes reunidos hoje em Paris também debateram a forma de "tornar a Europa mais forte" e todos partilham o objetivo de 2% do PIB para a defesa, embora "alguns ainda não tenham chegado, mas estão a caminho".

É agora necessário um "debate cuidadoso" sobre a forma de garantir que todos os países membros conseguem atingir este objetivo e cumprir os objetivos de capacidade da NATO, para os quais deverá ser previsto o financiamento através de empréstimos, afirmou.

"A Alemanha pode aceitar que se um país quiser gastar mais de 2% na defesa não deve ser bloqueado com base nos critérios da UE para o financiamento do Estado", afirmou.

Scholz, na reta final da campanha para as eleições legislativas alemãs do próximo domingo, salientou que este cenário também se aplica à Alemanha e que é inviável financiar o "apoio contínuo e necessário à Ucrânia" com cortes nas infraestruturas ou na coesão social.

Tal falharia e seria rejeitado pelos cidadãos, defendeu, pelo que só é possível continuar a apoiar Kyiv e aumentar o investimento na defesa se for criada uma "margem adicional" com uma reforma do travão da dívida.

O chanceler alemão rejeitou também a ideia de uma "divisão de segurança e de responsabilidade" entre os EUA e a UE e afirmou que "o princípio de que a NATO age em conjunto e assume riscos em conjunto não pode ser posto em causa".

Além de Scholz, participaram na reunião os chefes de governo espanhol, Pedro Sánchez; dos Países Baixos, Dick Schoof; da Polónia, Donald Tusk; da Itália, Georgia Meloni; do Reino Unido, Keir Starmer; bem como os presidentes do Conselho Europeu, António Costa, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o secretário-geral da NATO, Mark Rutte.

Leia Também: UE? Terá de "observar como assuntos do mundo são resolvidos sem eles"

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