A Assembleia Nacional vietnamita aprovou a lei da organização governamental com 463 votos a favor de um total de 465 assentos no hemiciclo, noticiou o jornal oficial Nhan Dan.
De acordo com a reforma, cerca de 100 mil funcionários públicos vietnamitas vão perder o emprego e a dimensão dos ministérios vai ser reduzida em cerca de 20%, naquela que é a maior reestruturação desde as mudanças pró-mercado do país na década de 1980.
O secretário-geral do Partido Comunista e líder máximo do Vietname, To Lam, defendeu as reformas, afirmando, em dezembro, que, "para se ser saudável, por vezes é preciso tomar um remédio amargo", indicando que a prioridade é racionalizar a gestão do país e aumentar a transparência e a descentralização.
O Governo vietnamita está a levar a cabo uma campanha anticorrupção, que os críticos denunciam como visando fações opostas do sistema de partido único.
As autoridades anunciaram em dezembro que planeiam reestruturar ou fundir 14 ministérios ou agências ministeriais, sendo que apenas oito se vão manter como estão.
O plano também faz parte dos objetivos traçados pelo Governo de um crescimento de 8% para este ano, contra 7,09% em 2024, o que, segundo as autoridades, vai abrir caminho para que o país atinja um crescimento de dois dígitos a partir de 2026.
As estratégias governamentais para atingir o objetivo incluem, além das reformas institucionais, a aceleração do investimento público e privado e o reforço dos setores da indústria transformadora e da alta tecnologia.
O Vietname estabeleceu-se como um centro de produção regional líder na produção de semicondutores, um destino de produção alternativo à China, maior parceiro comercial de Hanói.
No entanto, o país poderá ser afetado pelas taxas aduaneiras que o Presidente dos EUA, Donald Trump, está a considerar impor às nações com tarifas elevadas.
Na sexta-feira, o Ministro da Indústria vietnamita, Nguyen Hong Dien, afirmou que o país está disposto a "abrir o seu mercado através do aumento das importações de produtos agrícolas dos EUA", a fim de evitar possíveis tarifas.
Hanói espera que as importações e exportações cresçam 12% este ano, embora os preços das exportações de arroz, um dos principais produtos, tenham caído na semana passada para o nível mais baixo dos últimos nove anos. O impacto que as tarifas de Trump vão ter no Vietname ainda é desconhecido.
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