"As forças de segurança israelitas e o pessoal do município de Jerusalém estiveram envolvidos no Centro de Capacidade Comunitária da UNRWA [Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente] e ordenaram a retirada imediata" de todos os funcionários, denunciou a diretora do departamento de comunicação da agência da ONU, Juliette Touma.
"Trata-se de um descaso com a educação das crianças e dos menores, além de uma violação dos privilégios e imunidades das Nações Unidas", acrescentou a responsável do centro de Qalandia, uma vila palestiniana localizada na Cisjordânia, entre Jerusalém e Ramallah, a oeste da fronteira do município de Jerusalém.
Em janeiro deste ano, Israel proibiu as atividades da UNRWA nos territórios palestinianos, dando sequência a uma lei, aprovada em 2024, acusando-a de ter ligações com o Hamas, embora até à data só tenha apresentado provas 'ad hoc' contra alguns trabalhadores.
Nesse sentido, proibiu a UNRWA de prestar serviços em território israelita, incluindo Jerusalém Oriental, onde vivem mais de 300.000 palestinianos que não gozam dos mesmos direitos que os outros cidadãos israelitas (não podem votar, por exemplo, nas eleições nacionais).
Desde outubro de 2023, quando começou a guerra em Gaza, a UNRWA foi responsável pela entrega de dois terços de toda a assistência alimentar ao enclave palestiniano, forneceu abrigo a mais de um milhão de pessoas deslocadas e vacinou um quarto de milhão de crianças contra a poliomielite.
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