O caso, que foi revelado no verão passado, causou comoção em Israel, mas também uma onda de apoio aos reservistas, que estiveram detidos durante várias semanas entre julho e agosto de 2024.
O incidente em causa aconteceu a 05 de julho de 2024, quando os militares incluindo dois oficiais, espancaram um detido que estava algemado e vendado durante uma revista, provocando-lhe um rasgão anal após o esfaquearem com um "objeto cortante" nas nádegas, segundo a acusação, citada pela agência de notícias espanhola Efe.
Os arguidos também pontapearam, arrastaram e dispararam sobre a cabeça do recluso com um 'taser', acrescentou a acusação.
O detido foi posteriormente encontrado pela equipa do centro de detenção na sua cama e levado para um hospital, onde lhe foi diagnosticado um quadro de sete costelas fraturadas, um pulmão perfurado e teve de ser submetido a uma cirurgia ao abdómen.
Antes da acusação, os militares israelitas recolheram uma grande quantidade de provas, incluindo imagens de câmaras de segurança do centro de detenção.
Este não foi o único caso de abusos registado no centro de Sde Teiman contra prisioneiros palestinianos detidos durante a guerra de Israel em Gaza, muitos dos quais estão mantidos em detenção administrativa, sem acusação ou julgamento.
No início de agosto do ano passado, a organização não-governamental B'Tselem publicou um relatório abrangente no qual detalha abusos sofridos por dezenas de prisioneiros sob custódia israelita após o início da guerra em Gaza.
"O campo de detenção de Sde Teiman é apenas a ponta do icebergue. Neste momento, milhares de palestinianos estão a ser mantidos em condições desumanas e sujeitos a abusos intermináveis", denunciou o diretor executivo da B'Tselem, Yuli Novak, numa declaração feita na altura, acrescentando que alguns não sabem porque foram detidos.
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