O Hamas entregou, na manhã desta quinta-feira, os corpos de quatro reféns israelitas, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, depois de exporem os caixões numa cerimónia transmitida em direto pelo canal de televisão Al Jazeera. Tratam-se de Shiri Bibas e os seus dois filhos - as crianças Ariel e Kfir - e de Oded Lifshitz, de 84 anos.
Os caixões - de cor preta - foram entregues à Cruz Vermelha após um representante ter assinado os documentos junto do Hamas. Estes tinham sido anteriormente colocados num palco, junto a uma imagem do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, com dentes de vampiro.
Cada um dos caixões exibia uma fotografia do refém. Numa faixa, lia-se a mensagem: "O criminoso de guerra [Benjamin] Netanyahu e o seu exército nazi mataram-nos com mísseis de aviões sionistas".
Os militantes do grupo islamita palestiniano Hamas fizeram-se acompanhar de combatentes da Jihad Islâmica e das Brigadas Mujahideen.
O pai das crianças da família Bibas, Yarden, só foi libertado no passado dia 1 de fevereiro, durante uma troca por prisioneiros palestinianos, após 16 meses de cativeiro.
O seu filho Kfir era o mais novo entre todos os raptados pelo Hamas, tinha apenas 9 meses em outubro de 2023, enquanto o seu irmão, Ariel, tinha então 3 anos.
A 29 de novembro de 2023, o braço armado do Hamas anunciou que a mãe das crianças, Shiri, e os seus dois filhos tinham sido mortos num bombardeamento israelita dias antes, o que Israel não confirmou.
Recorde-se que, culpando mais uma vez Israel pelas mortes destes reféns, o porta-voz do movimento islamita palestiniano Hamas, Oded Obeida, afirmou ontem: "Os corpos da família Bibas e o corpo do prisioneiro Oded Lifshitz serão entregues amanhã, quinta-feira. Todos eles foram capturados vivos antes de os seus centros de detenção terem sido deliberadamente bombardeados pela força aérea de ocupação sionista".
Lifshitz, de 84 anos, era um ativista pela paz que transportava residentes de Gaza que sofriam de cancro para hospitais israelitas, tendo sido raptado juntamente com a sua mulher durante o ataque de 07 de outubro de 2023 - tal como a família Bibas de origem peruana e argentina - do 'kibutz' (comunidade) Nir Oz, muito próximo da fronteira com o enclave palestiniano.
A mulher de Lifshitz, Yocheved, foi libertada durante a primeira trégua na guerra, em novembro de 2023, quando 105 reféns (incluindo todos os menores vivos) foram libertados em troca de 240 prisioneiros e detidos palestinianos.
Para sábado, está prevista a libertação dos últimos seis reféns israelitas vivos contemplados na primeira fase da trégua em Gaza.
تغطية صحفية: التوابيت الأربعة التي تحمل جثامين أسرى إسرائيليين قتلوا في غارات الاحتلال خلال الحرب على قطاع غزة pic.twitter.com/9IfZIeFVBM
— شبكة قدس الإخبارية (@qudsn) February 20, 2025
[Notícia atualizada às 08h16]
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