"Como membro responsável da comunidade internacional, Taiwan manterá o 'status quo'. Não procuramos o conflito. Estamos dispostos a dialogar com a China, de acordo com os princípios da paridade e da dignidade, e a trabalhar para manter a paz e a estabilidade no Estreito", afirmou, na abertura do Fórum Internacional de Segurança de Halifax, em Taipé.
Lai, considerado um independentista e um agitador pelas autoridades de Pequim, denunciou o facto de a China "não ter parado de intimidar Taiwan política e militarmente" nos últimos anos, citando como exemplo os dois exercícios militares de grande envergadura organizados pelo Exército chinês nas proximidades da ilha, em 2024.
"Esta escalada de agressão na 'zona cinzenta' constitui uma ameaça à paz e à estabilidade na região do Indo-Pacífico", sublinhou Lai, reiterando o seu compromisso de "manter a paz através da força, tomando medidas concretas para construir um Taiwan mais forte".
"Manter-nos-emos firmes na salvaguarda da nossa soberania nacional, na manutenção do nosso modo de vida livre e democrático e na defesa da paz e da estabilidade no Estreito de Taiwan. Taiwan valoriza a paz, mas também não tem ilusões", afirmou.
Estas declarações surgiram numa altura em que aumenta a atividade militar chinesa: mais de 60 aviões militares chineses atravessaram a linha mediana do Estreito de Taiwan nos últimos dois dias, elevando o número total de incursões até agora neste mês para 246, mais do dobro do número registado em fevereiro de 2024.
Neste contexto, Lai anunciou na semana passada que iria propor uma rubrica especial de despesas para aumentar o orçamento de Defesa da ilha para mais de 3% do PIB este ano (atualmente é de 2,45%), horas depois de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter reiterado a sua ameaça de impor taxas sobre os 'chips' semicondutores de Taiwan.
As autoridades da ilha estão atualmente a observar com particular atenção a política em relação a Pequim a ser adotada pela nova administração Trump, uma vez que Washington é o principal fornecedor de armas a Taipé e poderia defender a ilha em caso de conflito com a China.
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