Citado pela agência noticiosa espanhola EuropaPress, o porta-voz do movimento de resistência islâmica apelou à organização pan-árabe para apoiar um "governo de consenso" com o Hamas e a Fatah, liderada pela Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), presidida por Mahmoud Abbas.
"Mostrámos a máxima flexibilidade na formulação de propostas políticas e administrativas para a gestão da Faixa de Gaza durante vários diálogos, especialmente com os nossos irmãos do Egito, incluindo a aceitação de um governo de consenso nacional", disse o porta-voz do grupo extremista, Hazem Qasem.
O Hamas, prosseguiu, "continuará a colocar os interesses supremos do povo palestiniano no centro das suas decisões sobre a situação em Gaza após a guerra, no quadro de um consenso nacional e longe de qualquer interferência da ocupação", referindo-se a Israel, ou dos Estados Unidos, sublinhou.
"Apelamos à Liga Árabe para que apoie esta posição e não permita a aprovação de qualquer projeto que possa ameaçar o sistema de segurança nacional árabe", disse Qasem, citado pelo diário palestiniano Filastin.
Esta semana, Hossam Zaki afirmou que as recentes declarações do Hamas, indicando a disponibilidade para entregar o controlo de Gaza, poderiam abrir caminho a uma solução e disse que seria benéfico para a população se o grupo se afastasse da linha da frente no enclave, palco de uma ofensiva israelita após os ataques de 07 de outubro de 2023 e de um cessar-fogo desde 19 de janeiro.
No final de janeiro, Muza Abu Marzook, um alto responsável do grupo islamita, abriu a porta à possibilidade de o controlo de Gaza não ficar nas mãos do Hamas, uma vez concluída a retirada das tropas israelitas na sequência do acordo de cessar-fogo, e optou por um "consenso" para avançar com uma nova administração que, em qualquer caso, deve permanecer nas mãos dos palestinianos.
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