Polícia alemã detém três manifestantes junto à sede da AfD

A polícia deteve hoje três manifestantes durante um protesto contra o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que as projeções colocam em segundo lugar nas eleições federais antecipadas.

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© Julian Stratenschulte/picture alliance via Getty Images

Lusa
23/02/2025 17:57 ‧ há 3 horas por Lusa

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Eleições/Alemanha

Os manifestantes levaram para o local, a cerca de cem metros da sede da AfD, no norte de Berlim, um autocarro. Segundo a polícia, cerca de 80 manifestantes estavam no local.

 

Às 18h00 locais (menos uma hora em Lisboa), quando foram conhecidas as primeiras projeções, o autocarro começou a emitir um sinal sonoro, que se prolongou por mais de 10 minutos, e que foi interrompido pela intervenção da polícia, que quebrou o vidro para invadir a viatura e fez três detenções.

A polícia vedou todos os acessos à sede da AfD. Dezenas de viaturas policiais estavam no local, bem como várias dezenas de agentes - a polícia escusou-se a indicar o número de polícias envolvidos.

A intervenção da polícia foi acompanhada por gritos dos manifestantes, que diziam "A polícia protege os fascistas".

Segundo um porta-voz da polícia, a ação teve como objetivo parar o som ensurdecedor.

"Os manifestantes não podem voltar a usar este autocarro até às 06:00 de amanhã [segunda-feira]", adiantou o porta-voz à Lusa.

O autocarro tem o nome 'Adenauer SRP+' e pertence ao coletivo de artistas Centro para a Beleza Política, uma organização que "luta pela democracia". O nome refere-se ao antigo chanceler Konrad Adenauer, que proibiu o Partido Socialista do Reich (SRP, nacional-socialista), fundado em 1949.

Uve, 59 anos, membro desta organização, explicou à Lusa que defendem a extinção da AfD.

"Dentro do autocarro há mais de 2.000 provas, como declarações nazis, que justificam por que a AfD deve ser proibida", disse.

O 'Adenauer SRP+' está desde o início de janeiro a percorrer a Alemanha.

"Já tivemos muitos problemas com a polícia.

O autocarro chegou a estar retido pela polícia durante 10 dias", comentou Uve.

Durante o protesto, os manifestantes exibiam bandeiras com palavras de ordem contra a AfD.

Quando foram conhecidas as projeções, muitos saudaram o resultado do partido A Esquerda, que subiu para os 9%.

"Quero todas as pessoas na Alemanha, não apenas dos 'alemães bons'. Cada ser humano é um ser humano", comentou Andrea, 54 anos.

A AfD tem uma posição anti-imigração e a sua co-líder e candidata a chanceler, Alice Weiser, defende o polémico conceito de "remigração".

"Tenho medo de uma grande coligação entre a CDU [União Democrata-Cristã, em primeiro lugar nas projeções] e a AfD", lamentou a mulher.

O candidato conservador Friedrich Merz tem garantido que não fará acordos com a AfD, impondo o 'cordão sanitário' contra a extrema-direita defendido pelos partidos tradicionais.

Anna, 25 anos, afirmou à Lusa estar na manifestação para lutar pelo seu futuro.

"Também quero erguer a minha voz por aqueles que não se podem defender, como os refugiados. Não está certo mandar toda a gente embora", acrescentou.

"Queremos mostrar que somos mais do que eles", comentou a jovem.

A AfD, sustentou, nega as mudanças climáticas e "só quer saber dos ricos".

Perto dos manifestantes, um pequeno grupo de jovens exibia uma bandeira da Alemanha, protegidos pela polícia.

"Estou aqui para dizer que não é ilegal mostrar a bandeira da Alemanha. Hoje em dia, se dizemos que temos orgulho e amamos a Alemanha, chamam-nos nazis", afirmou à Lusa Max, 24 anos, que não quis revelar se votou na AfD.

[Notícia atualizada às 18h47]

 

Leia Também: Conservadores vencem, AfD em segundo com votação recorde, dizem projeções

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