"Estou extremamente preocupado com o aumento da violência e outras violações cometidas na Cisjordânia ocupada pelos colonos israelitas, bem como pelos pedidos de anexação", afirmou António Guterres, após Israel ter expulsado os habitantes de três campos de refugiados e proibir o seu regresso.
Israel anunciou no domingo que expulsou, com proibição de regresso às suas casas, dezenas de milhares de palestinianos de três campos de refugiados no norte da Cisjordânia ocupada, que foram tomados pelo exército, que já realizava vasta operação na zona há um mês.
O exército lançou a operação, chamada de "Muro de Ferro", que tem como alvo grupos armados palestinianos na Cisjordânia, em 21 de janeiro, 48 horas depois do frágil cessar-fogo na Faixa de Gaza ter entrado em vigor.
Também no domingo, o exército israelita anunciou o envio de tanques para a cidade de Jenin. É a primeira vez que os tanques operam na Cisjordânia desde o fim da segunda intifada palestiniana, em 2005.
A violência na Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967, explodiu desde o início da guerra na Faixa de Gaza, que começou após um ataque do grupo islamita palestiniano Hamas no sul de Israel em 07 de outubro de 2023.
Guterres enfatizou hoje a importância do frágil cessar-fogo em vigor em Gaza desde 19 de janeiro.
"Estamos a assistir a um cessar-fogo precário. Devemos evitar a todo o custo um retomar das hostilidades", alertou.
"O povo de Gaza já sofreu demasiado. É tempo de estabelecer um cessar-fogo permanente, libertar todos os restantes reféns e fazer progressos irreversíveis no sentido da solução de dois Estados, um fim à ocupação e o estabelecimento de um Estado palestiniano independente, do qual Gaza seria parte integrante", afirmou ainda Guterres.
Leia Também: Enviado de Trump propõe uma extensão da primeira fase do cessar-fogo