Israel informou no domingo que as suas tropas permaneceriam durante vários meses em três campos de refugiados no norte da Cisjordânia, de onde foram expulsos dezenas de milhares de habitantes, que ficaram proibidos de regressar.
O exército confirmou o envio de uma unidade de tanques para a Cisjornânia, o que acontece pela primeira vez desde a Segunda Intifada, a revolta palestiniana de 2000-2005.
Condenando "a utilização de tanques pelas forças de ocupação como mais um instrumento de repressão", a 'Jihad' Islâmica acusou Israel de realizar uma "escalada contínua" contra os palestinianos na Cisjordânia, além de condenar a decisão da evacuação de três campos de refugiados palestinianos.
O movimento islamista, que tem uma forte presença na Cisjordânia e é aliado do congénere Hamas em Gaza - condenou "os planos da ocupação da Cisjordânia pela força" e descreveu as operações militares israelitas como um "novo ato de agressão" destinado a "desenraizar" a população.
O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, declarou no domingo que tinha "dado instruções aos soldados para se prepararem para uma estadia prolongada (...) durante o próximo ano" nos campos de refugiados de Jenin, Tulkarem e Nour Chams.
Israel tinha anunciado anteriormente que tinha expulsado cerca de 40.000 palestinianos dos campos.
De acordo com a ONU, a atual operação militar israelita, lançada 48 horas após o início da trégua entre Israel e o Hamas em Gaza em 19 de janeiro, provocou a morte de pelo menos 51 palestinianos, incluindo sete crianças, e três soldados israelitas.
Na sexta-feira, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, realizou uma rara visita às tropas no território ocupado, ordenando ao exército que intensificasse as suas operações.
Desde 07 de outubro de 2023 quando o Hamas atacou Israel e levou a uma resposta armada israelita em Gaza, pelo menos 900 palestinianos foram mortos na Cisjordânia ocupada por soldados ou colonos israelitas, segundo dados do Ministério da Saúde palestiniano.
Pelo menos 32 israelitas, incluindo soldados, foram mortos em ataques palestinianos ou durante operações militares israelitas, de acordo com dados oficiais israelitas.
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