Ucrânia: Trump assume rutura e Macron admite "boas razões" para diálogo com Putin

O Presidente norte-americano, Donald Trump, assumiu hoje uma rutura "completa" com a "muito estúpida" diplomacia norte-americana "do passado" enquanto o homólogo francês Emmanuel Macron assumiu haver "boas razões" para renovar o diálogo com Vladimir Putin.

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© LUDOVIC MARIN/AFP via Getty Images

Lusa
24/02/2025 21:39 ‧ há 2 horas por Lusa

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Guerra na Ucrânia

Trump e Macron falavam na Casa Branca em conferência de imprensa após um encontro bilateral no dia em que se assinalam três anos sobre o início da invasão russa, e enquanto decorrem contactos diretos entre Washington e Moscovo sobre um acordo de paz na Ucrânia, excluindo o bloco europeu e Kyiv.   

 

"A minha administração está a romper completamente com os valores de política externa da administração anterior e, francamente, do passado. Fiz campanha contra um regime de política externa muito estúpido", disse o Presidente dos EUA.

Assumindo estar a trabalhar em "acordos e transações agora", sublinhou que "o mais importante é acabar com a guerra", mesmo se apenas com um cessar-fogo inicialmente.

"Gostava de ir diretamente para um acordo [de paz], mas o cessar-fogo acontece sempre um pouco antes", afirmou Trump.

No âmbito das negociações, sublinhou que planeia reunir-se com o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Washington esta semana ou na próxima, para fechar "muito em breve" um acordo sobre a transferência de recursos naturais em troca de ajuda militar.

Macron admitiu que Trump tinha "boas razões" para renovar o diálogo com Vladimir Putin, enquanto apelou ao "apoio americano" no caso de envio de soldados europeus para a Ucrânia.

"Há boas razões para o Presidente Trump retomar o diálogo com o Presidente Putin", disse Macron.

O Presidente francês enfatizou que alcançar a paz não deve significar a "rendição" da Ucrânia, mas sim permitir a soberania daquele país invadido pela Rússia em fevereiro de 2022.

"Esta paz não deve significar uma rendição da Ucrânia. Não deve significar um cessar-fogo sem garantias. Deve permitir a soberania ucraniana e permitir-lhe negociar com outras partes interessadas sobre as questões que a afetam", sublinhou.

 Na última semana, Trump adotou uma postura conciliatória em relação à Rússia e crítica em relação à Ucrânia e em particular ao seu Presidente, Volodymyr Zelensky.

Horas antes do encontro, os Estados Unidos votaram ao lado da Rússia e de aliados deste país como a Bielorrússia, contra uma resolução não vinculativa da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU) exigindo o fim das hostilidades na Ucrânia e reafirmando a soberania, independência, unidade e integridade territorial ucraniana.

A resolução em causa, apresentada pela Ucrânia e pela União Europeia, foi ainda assim aprovada com 93 votos a favor, 18 contra e 65 abstenções.

O texto europeu, que contou com o voto a favor de Portugal, reitera a exigência para que a Rússia retire imediata, completa e incondicionalmente todas as suas forças militares da Ucrânia e pede uma resolução pacífica para a guerra na Ucrânia.

Antes do encontro com Macron, o Presidente norte-americano mostrou-se confiante de que o conflito na Ucrânia pode terminar "dentro de semanas" e disse estar convencido de que Putin aceitará a presença de forças militares europeias na Ucrânia, no âmbito de um eventual acordo de paz.

Macron assumiu o objetivo de "um acordo rápido, mas não um acordo frágil".

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

A Rússia tem rejeitado negociar enquanto as forças ucranianas controlem a região russa de Kursk, parcialmente ocupada em agosto de 2024.

[Notícia atualizada às 22h25]

Leia Também: "Hoje e sempre". Reino Unido dá sinais de que continuará a apoiar Ucrânia

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