"Não podemos considerar nenhuma opção" sobre o envio de forças europeias para a Ucrânia, disse Lavrov durante uma conferência de imprensa em Doha, no Qatar, citado pela agência russa TASS.
Lavrov disse desconhecer o que o Presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou na segunda-feira em Washington sobre o assunto quando foi recebido pelo homólogo norte-americano, Donald Trump.
"Ele [Macron] desempenhou o seu papel de forma não muito convincente em Washington", considerou Lavrov.
O ministro referiu que quando o tema foi levantado na conferência de imprensa conjunta após o encontro, Trump disse que a decisão de enviar forças de paz só era possível com o consentimento de ambas as partes.
"Aparentemente, significando nós e a Ucrânia. Ninguém nos perguntou sobre isso", afirmou.
Lavrov acusou os países europeus, principalmente a França e o Reino Unido, de estarem a impor uma abordagem que visa "aquecer ainda mais o conflito e impedir quaisquer tentativas de o acalmar".
Referiu que a abordagem de Macron pressupõe um cessar-fogo urgente e a introdução de forças de manutenção da paz, e depois discussões sobre territórios, o destino das pessoas e outros princípios de solução.
"Isto é um engano. Não se pode chegar a um acordo que visa atingir um único objetivo: encher novamente a Ucrânia de armas", acrescentou.
Lavrov descreveu as conversas sobre o envio de "certas tropas" de manutenção da paz para a Ucrânia como "palavras vazias".
Reafirmou que o principal objetivo da Rússia "é destruir as causas profundas do conflito", pelo que "não se trata da ausência" de forças de manutenção da paz.
"Estão naquilo que eu disse: atrair a Ucrânia para a Aliança do Atlântico Norte [NATO] com o objetivo de desenvolver o seu território para criar uma infraestrutura militar dirigida contra a Rússia e para a exterminação total dos direitos dos russos e dos falantes de russo", acrescentou.
Durante a mesma conferencia de imprensa, Lavrov anunciou que diplomatas russos e norte-americanos vão reunir-se pela segunda vez na quinta-feira, na Turquia, depois de um primeiro encontro na Arábia Saudita, em 18 de fevereiro.
"Os nossos diplomatas e peritos de alto nível vão reunir-se e discutir os problemas sistémicos que se acumularam", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, que esteve na Turquia na segunda-feira.
A Rússia e os Estados Unidos retomaram o diálogo depois de uma conversa telefónica entre os respetivos líderes, Vladimir Putin e Donald Trump, após quase três anos sem contactos de alto nível devido à guerra na Ucrânia.
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