Mundo alcança acordo sobre plano para financiar conservação da natureza

Quatro meses após o fracasso na Colômbia, os países do mundo chegaram esta quinta-feira a um compromisso delicado, em Roma, sobre o financiamento da conservação da natureza, evitando por pouco um novo fiasco para o multilateralismo ambiental.

Notícia

© Gabriel Aponte/Getty Images

Lusa
27/02/2025 22:36 ‧ há 5 horas por Lusa

Mundo

COP16

No terceiro e último dia da COP16 alargada da ONU sobre a biodiversidade, os países ricos e o mundo em desenvolvimento resignaram-se a compromissos mútuos para adotar um plano de trabalho a cinco anos.

 

Este acordo irá supostamente desbloquear os milhares de milhões necessários para travar a destruição da natureza e distribuir melhor o dinheiro aos países em desenvolvimento.

Longos aplausos de delegados de cerca de 150 países saudaram a declaração de Susana Muhamad, a ministra do Ambiente da Colômbia que presidiu a esta 16.ª conferência da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB).

"Os nossos esforços mostram que o multilateralismo pode ser uma fonte de esperança num período de incerteza geopolítica que lhe está associado", apontou o ministro do Ambiente canadiano, Steven Guilbeault, aos delegados reunidos na sede da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

No processo, os países também adotaram regras e indicadores fiáveis destinados a medir e verificar os esforços da humanidade para salvar a natureza, até à COP17 em 2026 na Arménia.

"Anuncio que demos braços, pernas e músculos" ao roteiro Kunming-Montreal, pelo qual os países se comprometeram em 2022 a atingir 23 objetivos para travar a destruição da natureza até 2030.

O mais emblemático destes objetivos visa colocar 30% da terra e do mar em áreas protegidas (contra 17% e 8%, respetivamente, atualmente, segundo a ONU).

Para financiar esta estratégia, os países devem aumentar as despesas com a proteção da natureza para 200 mil milhões de dólares por ano até 2030, dos quais 30 mil milhões de dólares deverão ser fornecidos pelas nações desenvolvidas aos países pobres (em comparação com cerca de 15 mil milhões de dólares em 2022).

O acordo alcançado em Roma adia até 2028, na COP18, a decisão de criar um novo fundo específico colocado sob a autoridade da CDB, como os países africanos estão fortemente a exigir. Ou se os instrumentos existentes, como o Fundo Mundial para o Ambiente, podem ser reformados para serem mais acessíveis e equitativos para os países em desenvolvimento.

Os países ricos --- liderados pela União Europeia, pelo Japão e pelo Canadá, na ausência dos Estados Unidos, que não são signatários da Convenção --- são hostis à multiplicação dos fundos, temendo uma fragmentação da ajuda ao desenvolvimento.

Apelam também a uma expansão da lista de países obrigados a prestar ajuda ao desenvolvimento para incluir potências emergentes como a China. A questão será abordada no plano quinquenal adotado em Roma.

[Notícia atualizada às 23h33]

Leia Também: Estudo sugere forma de os seres humanos prosperarem no Espaço

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas